Já conversei com muita gente que fala
mal dos políticos ou de pessoas gananciosas com uma indignação
preocupante. O discurso é sempre o mesmo: dizem que eles são corruptos,
que praticam ultrajes por dinheiro, que são mercenários, etc.
Quando a conversa desenvolve, começo a questionar essas pessoas quanto as suas convicções concernentes a valor e caráter e todos sucumbem, sem exceção!
Os questionamentos na verdade são bem simples e objetivos. A pergunta é uma só. Se você fala mal dos corruptos com tanta voracidade e sede de punição então significa que não é corrupto também? A resposta é sempre afirmativa.
Isso significa que as pessoas não se corrompem pelo que quer que seja. Seguindo o raciocínio normal dos interlocutores, se são sedentamente contra corruptos é porque condenam toda e qualquer prática de corrupção.
Vou citar dois exemplos clássicos de conhecidos que se diziam incorruptíveis e que foram desmascarados:
O primeiro exemplo disse que jamais se venderia pelo que quer que fosse. Perguntei quanto pagaria por uma garrafa de água em um show do rock in rio. Respondeu-me que até R$ 10,00. E se fosse à Disney? R$ 15,00. E se fosse a uma excursão no Egito? R$ 20,00. Em Dubai? R$ 25,00.
Depois de construir todo esse raciocínio de precificação na cabeça desse meu amigo, perguntei se em uma situação hipotética em que ele estivesse perdido há um dia e meio no deserto do Saara, sozinho, sem água nem comida, desesperado de fome e sede, e aparecesse um brutamontes sádico oferecendo água em troca de favores sexuais, o que ele, enquanto heterossexual convicto e defensor ferrenho da bandeira machista, faria?
Ele baixou os olhos e disse: “Eu faria o que ele pedisse, você venceu, eu me corrompo por uma garrafa d’água, me prostituo até se for preciso!”
O segundo exemplo, era de uma amiga. Fiz os mesmos questionamentos da água, seguindo os mesmos raciocínios, e ela disse que preferiria morrer a ter que ceder às vontades do hipotético brutamonte.
Nessa hora perguntei como estava o irmão dela que estudava no colégio X, que saía todos os dias na hora tal de casa e chegava toda segunda-feira na mesma banca de revistas Y comprar figurinhas do álbum Z. Antes de eu terminar ela disse: “ok, faço o que tu pedir, mas deixa minha família fora disso!”
Quero dizer com isso que as pessoas, todas, têm seu preço. Uns corrompem-se por ganância, outros por necessidade e ainda uns poucos por falta de opção. E se os políticos não derem alternativa aos que querem se manter honestos?
Se você fosse juiz e lhe oferecessem uma maleta com R$ 100.000,00 para decidir a favor de um traficante e você dissesse não, certamente não chegaram em seu preço ainda. E se aumentassem a proposta para R$ 500.000,00? E se na recusa aumentassem para um milhão?
Ora, sejamos francos, alguém que se presta a oferecer um milhão para comprar você, pagaria 50 mil para mandar matá-lo ou sequestrar um ente querido seu.
Quero apenas fazer pensar as pessoas que acham que são intocáveis e inatingíveis. Todos temos um ponto fraco, um preço, um motivo, uma necessidade...Antes de condenar alguém, tente entender se essa pessoa fez por escolha e má índole ou se forçado pelas circunstâncias. Sempre existem três pontos de vista: O seu, o da outra pessoa, e o certo!
Quando a conversa desenvolve, começo a questionar essas pessoas quanto as suas convicções concernentes a valor e caráter e todos sucumbem, sem exceção!
Os questionamentos na verdade são bem simples e objetivos. A pergunta é uma só. Se você fala mal dos corruptos com tanta voracidade e sede de punição então significa que não é corrupto também? A resposta é sempre afirmativa.
Isso significa que as pessoas não se corrompem pelo que quer que seja. Seguindo o raciocínio normal dos interlocutores, se são sedentamente contra corruptos é porque condenam toda e qualquer prática de corrupção.
Vou citar dois exemplos clássicos de conhecidos que se diziam incorruptíveis e que foram desmascarados:
O primeiro exemplo disse que jamais se venderia pelo que quer que fosse. Perguntei quanto pagaria por uma garrafa de água em um show do rock in rio. Respondeu-me que até R$ 10,00. E se fosse à Disney? R$ 15,00. E se fosse a uma excursão no Egito? R$ 20,00. Em Dubai? R$ 25,00.
Depois de construir todo esse raciocínio de precificação na cabeça desse meu amigo, perguntei se em uma situação hipotética em que ele estivesse perdido há um dia e meio no deserto do Saara, sozinho, sem água nem comida, desesperado de fome e sede, e aparecesse um brutamontes sádico oferecendo água em troca de favores sexuais, o que ele, enquanto heterossexual convicto e defensor ferrenho da bandeira machista, faria?
Ele baixou os olhos e disse: “Eu faria o que ele pedisse, você venceu, eu me corrompo por uma garrafa d’água, me prostituo até se for preciso!”
O segundo exemplo, era de uma amiga. Fiz os mesmos questionamentos da água, seguindo os mesmos raciocínios, e ela disse que preferiria morrer a ter que ceder às vontades do hipotético brutamonte.
Nessa hora perguntei como estava o irmão dela que estudava no colégio X, que saía todos os dias na hora tal de casa e chegava toda segunda-feira na mesma banca de revistas Y comprar figurinhas do álbum Z. Antes de eu terminar ela disse: “ok, faço o que tu pedir, mas deixa minha família fora disso!”
Quero dizer com isso que as pessoas, todas, têm seu preço. Uns corrompem-se por ganância, outros por necessidade e ainda uns poucos por falta de opção. E se os políticos não derem alternativa aos que querem se manter honestos?
Se você fosse juiz e lhe oferecessem uma maleta com R$ 100.000,00 para decidir a favor de um traficante e você dissesse não, certamente não chegaram em seu preço ainda. E se aumentassem a proposta para R$ 500.000,00? E se na recusa aumentassem para um milhão?
Ora, sejamos francos, alguém que se presta a oferecer um milhão para comprar você, pagaria 50 mil para mandar matá-lo ou sequestrar um ente querido seu.
Quero apenas fazer pensar as pessoas que acham que são intocáveis e inatingíveis. Todos temos um ponto fraco, um preço, um motivo, uma necessidade...Antes de condenar alguém, tente entender se essa pessoa fez por escolha e má índole ou se forçado pelas circunstâncias. Sempre existem três pontos de vista: O seu, o da outra pessoa, e o certo!
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 20.09.2013
Editado/corrigido por Thiago Severgnini
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br