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sábado, 2 de julho de 2011

Machismo

Todos reclamam, recorrentemente, que meus textos são machistas. E de fato são. Não nego!
Ocorre que o machismo é oriundo da sociedade. Nossos costumes são regidos por uma cultura.
Todos os seres humanos buscam aceitação. Suas vestimentas, hábitos, maneiras de falar, bens e todas as outras variações que implicam em aceitação social, giram em torno do desejo de serem aceitos em seu nicho, independente se escolar, profissional ou até pessoal.
Os homens são machistas, inclusive os afeminados e mais sensíveis, bem como as mulheres, e também toda a vasta gama de opções sexuais existentes hoje e que não se classificam, a rigor, nas duas primeiras hipóteses.
O meu intuito com esse post é despir as pessoas da ilusão que o machismo pode ser evitado. Ele não pode.
Algumas mulheres alegam não serem machistas, mas querem ter a porta do carro aberta. “Isto não é machismo, é cavalheirismo”, elas alegam. Acho curioso como quando convém, vira cavalheirismo e educação, mas quando não, é machismo.
A etiqueta é machista, o homem paga a conta, decide o vinho, carrega no colo... Embora muitas coisas venham caindo por terra nos últimos tempos, as novas práticas ainda não são bem vistas, tanto por quem pratica quanto por quem observa, mesmo que alguns digam que é normal e que está tudo bem, lá no inconsciente há a latência pulsando algo errado.
É tudo muito simples, se a sociedade é machista e vive num ciclo vicioso de retro alimentação, e as pessoas vivem em busca de aceitação tentando permanentemente serem bem sucedidas no que tange a inserção social, obviamente o machismo será uma conseqüência natural.
Pessoas que alegam não serem machistas, necessariamente precisariam não estar preocupadas com o que os outros pensam, digo profundamente e em essência. Refiro-me a pessoas que perdem absolutamente o vínculo com a sociedade e a realidade. Clinicamente chamadas de loucas. São alguns poucos que de fato sairiam nus na rua, comeriam o que quer que seja, não se importariam com o que qualquer pessoa falasse. E não estou me referindo aos pseudo-loucos, que são nada mais que carentes necessitados de atenção e que saem rua afora balburdiando, me refiro aos loucos naturais, completamente desligados da realidade.
Talvez, em umas 4 gerações, já exista alguém que, essencialmente, não mais o seja. Mas agora, isso é aleive.
Consideremos o machismo como uma premissa social de hoje em diante, e os próximos posts ficarão mais claros e elucidativos. Não tentem convencer os outros algo que não pode ser feito por si próprios a si mesmos. Aceitem a realidade. Você é machista, eu sou machista e todas as pessoas que conhecemos são machistas. Mesmo que em alguns pontos isso fique um pouco mascarado por novos costumes, ainda assim o somos. Até os loucos mantém traços de machismo.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 15.12.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa
Escrito por:  @rjzucco

5 comentários:

  1. Zucco!
    Não gostei e discordo. A sociedade é machista e tem costumes machistas porque ela é formada de pessoas.
    Existem pessoas sim que não são machistas e também não são loucas. Há todo um movimento para que se acabe com as hipocrisias na sociedade e uma delas é o machismo.

    PS.: Ah! Quem é que usa "aleive"!?
    O machismo considera a mulher como um ser inferior, a sua luta não é para que exista uma igualdade no tratamento (Que graça teria!?) num relacionamento ou o que quer que seja, mas para que a sociedade, o mercado de trabalho (principalmente) veja a mulher como um ser com capacidade tal como qualquer outro homem.
    Eu acho que tu não conhece o feminismo de verdade. Te recomendo ler uma obra da Simone de Beavouir pra começar a entender do que estou te falando.
    Não estou te censurando, só acho que tu te limitou ao tentar explicar uma postura tua por uma realidade social cada vez mais combatida e condenada.

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  2. Não concordo Nino. Para embasar um pouco mais meus argumentos, usarei algumas citações.
    "Toda ideia de nossa mente pode essencialmente ser identificada com uma coisa, ou coisas, que realmente existem no mundo, independentemente de nossa mente. Uma ideia é a evocação subjetiva de um fato objetivo. Assim, ideias claras são aquelas que refletem fielmente a ordem objetiva de onde se originam. Ideias confusas, ao contrário, oferecem uma representação distorcida do mundo objetivo."
    "A criação só se torna possível no sujeito que pensa em razão do encontro desse sujeito com o mundo. Nossas ideias devem sua existência, basicamente, às coisas do mundo exterior que independem da mente: os fatos objetivos.
    Nossas ideias são claras, e nosso entendimento sobre elas também é claro à medida que as mantemos vinculadas às coisas às quais elas se referem. O foco precisa estar na origem de nossas ideias, no mundo objetivo. Não entenderemos, de fato, nossas próprias ideias supondo que elas tenham nascido de si próprias, ou seja, que não devem sua existência a realidade externa.
    Quanto mais focarmos nossas ideias de modo que elas sistematicamente ignorem as origens objetivas, mais duvidosas elas se tornam. Os laços saudáveis que ligam a ordem subjetiva e a objetiva são colocadas sobre grande tensão, e, se colocarmos muita força no processo, os laços podem romper-se. Dessa maneira, nós, efetivamente, nos separamos do mundo objetivo. Em vez de percebermos o mundo como ele é, captamos um mundo projetado, um mundo que não é apresentado a nossa mente, mas que é produto dela".
    D. Q. Mclnerny

    Teus argumentos defendem que a sociedade é machista porque é formada por pessoas? Ora então agora o fato de sermos pessoas nos torna machistas? Embasado em que afirma isso?
    Se há pessoas que em essência não são machistas, então romperam o laço pois ainda não há uma realidade objetiva sem machismo.
    Hipocrisia, da mais deslavada e revoltante, é a de pessoas que defendem que o machismo não está arraigado intrinsecamente em seus valores e costumes, pois ainda hoje não temos como não sê-lo.
    Teu conceito de machismo considera a mulher como um ser inferior. Nem todo o machismo o faz. O machismo considera o homem como responsável por alguns papéis que, a meu ver, ainda não são assumidos por mulheres.
    A sociedade vê a mulher como um ser capaz, os costumes é que não. Por conveniência a mulher também não o vê em muitas situações.
    Não conheço feminismo? Talvez, mas estou falando de machismo, certo?!
    Acho que tu me rotulaste como alguém limitado ao tentar simplificar algo que ainda não estás pronto para debater.
    ;)
    PS: teus comentários sempre são os melhores, mas nesse tu deixou a peteca cair.

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  3. Amigo Zucconildo, por conta do tamanho, tive que colocar minha tréplica no Energia Urbana. Passa lá e confere.
    Abração

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  4. Amigo Zucco... li a tréplica do EnergiaUrbana no blog e lamento informar que concordo com ele. Acho que tuas premissas sao limitadas para definir um tema complexo como esse. É como dizer que homossexualismo é uma doença, por isso e por aquilo e pronto!! Recentemente um amigo me disse que temos que olhar para as situaçoes com foco no que sobra e não pelo que falta!! Acho que voce focou no tema do Machismo no que esta faltando... nao vendo alternativa para o mesmo e usando-o como bengala para o comportamento dos outros e o teu.

    Parabéns pelo blog, pela coragem e pela atitude de escrever.

    Ahhh... ninguem usa a palavra "aleive"!! Queria enfeitar teu texto? rsrs

    Grande abraço!
    Rodrigo Nunes

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  5. Mas que honra, até o grande Nunes veio ler. estou lisonjeado :)
    Julío, réplica da tréplica em comment no teu blog :p
    Acessem lá:
    http://energiaurbana.wordpress.com/

    Nunes, acho que passei a idéia de consequencista e conformista. Falha minha! Não era a intenção.
    Coloquei resposta lá no Blog do Julio.

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