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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Egoísmo X Amor

Uma conhecida, uma vez, tentou convencer-me por dias a fio que precisamos amar a si próprios antes de qualquer coisa. Na época, eu não tinha opinião formada a respeito ainda.
A idéia, já na incipiência, não me parecia coerente. Questão de valores.  Depois acabei entendendo que essa pessoa utilizava tal subterfúgio como defesa.
Este é um problema de pessoas que não sabem lidar com a decepção dos relacionamentos da vida, não entendem a necessidade da perda e não são maduras o suficiente para erguer a cabeça e seguir o rumo com mais uns torrões de experiência no bolso.
Depois disso, se autoenclausuram, forçando o mundo a gravitar em torno do próprio umbigo e o tempo se encarrega de torna-las céticas, amargas, rancorosas, desconfiadas, tristes...
Não trata-se de colocar a felicidade no colo de outrem, mas de encontrar a felicidade com outras pessoas. Acrescentar-se mutuamente, não em outra pessoa.
Um erro não justifica o outro, é o que sempre digo.
Pena, é o que sinto por pessoas que não permitem-se amar tão perdidamente alguém, a ponto de entregar sua vida. Pais sabem o que isto significa, pois a grande maioria, sem pestanejar, colocar-se-iam na trajetória de um projétil para salvar a vida de um filho.
Contos épicos, romances clássicos e guerras atrozes já foram construídas em cima de amores atemporais.
É profundo, mágico, vivo, intenso, inebriante e eletrizante amar. Permitir-se, sentir, ousar, fazer e querer.
Indubitavelmente, entregaria minha vida de imensuráveis formas à maioria de meus amores, e contabilizo aqui os de infância também; os amigos, os parentes, etc..
Não tenho descaso por minha vida. Isso seria um argumento falacioso de alguém que já entendeu, mas está tentando distorcer a situação. Amo a mim e a vida.
Mas uma vida sem amor verdadeiro, intempestivo e irremediável, não seria uma vida digna de felicidade. De que adianta existirem as borboletas se não tenho um jardim? O estômago sem as borboletas elétricas?
Tangos e tragédias já dizem, uma vida sem amor é como um jardim sem flor. E sem borboletas, eu  completo.


Publicado em: A Tribuna Regional no dia 31.03.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa
Escrito por:  @rjzucco

4 comentários:

  1. É fato. Obviamente se deve amar a si proprio, mas isso não significa que se deve excluir de sua vida um amor verdadeiro e de entrega. São coisas que na verdade se completam, pq quem tem amor proprio não coloca nos outros a responsabilidade pelo sucesso do relacionamento, age para que as coisas deem certo, participa do jogo de dar e receber.
    E mesmo que nao receba ou nao de certo, vale a experiencia.
    Tomara que as pessoas possam aprender a amar mais, pq assim o mundo vai ficar mais bonito, com mais compaixão e menos azedume.. heheh

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  2. Concordo, mas que texto dificil de se ler e contar pra outra pessoa, podia ser mais simples ou direto.

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  3. Quando li a chamada de atualização via e-mail, meu entendimento não foi o que realmente está expressado no texto do post, por completo.
    Acredito que a tua idéia seria facilmente resumida pela seguinte frase:

    "If you can't love yourself, how, in the hell, are you gonna love anybody else?"

    Bjão!

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  4. Correção em tempo:

    "If you can't love yourself, how, in the hell, are you gonna love SOMEBODY else?"

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