Não bastassem todas
as dificuldades
enfrentadas pelos postulantes a um cargo público – perda de
espaço para os
cargos em comissão “de fora”, fraudes nos certames, milhares
de horas de
estudos, leituras e exercícios, concorrência natural cada vez
mais acentuada,
preocupação com prazos de inscrição e pagamento, reserva de
hotel, compra de
passagens aéreas, gastos em geral com alimentação e traslado,
gastos com cursos
preparatórios, ... -,
o governo, em mais
uma manobra política para arrecadar votos, propõe o projeto de
lei de cotas
raciais para o funcionalismo. A mesma administração pública
que, em 1995, deu
início a Reforma
da
Gestão Pública ou reforma gerencial do
Estado com a
publicação, nesse ano, do Plano Diretor da Reforma do Estado e o
envio para o
Congresso Nacional da emenda da administração pública que se
transformaria, em
1998, na Emenda 19, com o objetivo precípuo de contribuir para a
formação no
Brasil de um aparelho de Estado forte e eficiente. Pelo menos,
está sendo contraditória
a administração: não vejo como construir um Estado forte e
eficiente quando, ao
invés de empregar o dinheiro público em saúde, segurança e,
principalmente, em
educação, simplesmente, proporciona privilégios para alguns
escolhidos, em
troca de votos. Em outras palavras, o governo prefere manter o
povo
desinformado, ignorante e alheio a todas as realidades que se
passam no País.
Do ponto de vista estatal, é muito mais fácil “dar o peixe a
ensinar pescar”, e
do povo, muitíssimo menos trabalhoso, é ficar deitado numa rede
à sombra
aguardando um programa que lhe beneficie e, dessa forma, não
precise gastar
energia e queimar neurônios já atrofiados. Para fundamentar o
meu profundo
repúdio às cotas, fiz uma pesquisa té que me
convençam, fundamentalmente, do contrário, em poucos anos, o
ensino público
entrará em ruínas intelectual e tecnicamente, como o ensino
privado já está.
Tenho nada contra os negros, contra os brancos, contra os
amarelos, contra os
rosas, contra os estudantes do ensino público (onde estudei
sempre), ou contra qualquer
raça, religião, time de futebol ou credo. É inadmissível,
todavia, que um
cotista adentre, com uma média de 424,61, em um curso renomado
como o Direito
na UFRGS. Por sua natureza, já é um curso que tu amarras um
jumento num poste e,
em 5 anos, ele se gradua, sem grandes dificuldades. Não
bastasse isso, os
atores do picadeiro agravam colocando um desqualificado para
dentro da
universidade? É inadmissível que um cotista adentre, com uma
sub média de
565,58, em um curso renomado e altamente técnico como a
Medicina na UFRGS.
Sinceramente, jamais vou querer ser operado ou até mesmo
atendido por um
cidadão que, vergonhosamente, aceita estar dentro de numa
Federal com uma média
horrenda como essa. E os estudantes do alto escalão que
estudam por anos para
superar a difícil barreira da pontuação mínima exigida para
entrar pela porta
da frente? Por favor, não me venham dizer que os postulantes
beneficiados por
esse modelo insustentável estão no mesmo patamar, porque não
estão. Existe, de
fato, um abismo entre eles. Não sei nesses cursos acima
citados, porém na
engenharia - qualquer que seja - dessa Universidade, a própria
dificuldade do
curso seleciona esses débeis. Acontece que os ensinos
fundamental e médio
públicos estão um lixo, por conta da politicagem corrupta
desse País
mentecapto. E, só por isso, os alunos dessas instituições não
conseguem
concorrer, em mesmas condições, com os das outras estirpes
abastadas. O
problema, portanto, não pode ser resolvido, simploriamente,
baixando,
ridiculamente, as médias para determinadas categorias de
estudantes, por meio
de cotas, e sim melhorando esses ensinos que estão uma
vergonha. Já não chega o
ensino privado, que admite qualquer ignorante em troca de
dinheiro, oferece em
contra partida um arremedo de qualificação profissional e,
praticamente, só
discute o sexo dos anjos! Ainda querem acabar com o ensino
público e de boa
qualidade?
Alguns
defensores dos programas
executados pelo governo, como o “bolsa família”, o “fome
zero”, o “minha casa
minha vida”, “cotas raciais”, entre outros, afirmam ser de
grande valia, pois
promovem a maior redistribuição de renda que o país já
viu. Além do
mais, criam os suportes mínimos pra tirar muitas famílias da
pobreza extrema,
promovendo maior inclusão na educação, queda da taxa de
natalidade e dignidade.
Alegam, também, que “afirmar que os brancos é que são os
discriminados, devido
às cotas dadas aos negros, é um absurdo! Um verdadeiro
desrespeito aos 400 anos
de escravidão, massacres e injustiças sociais do Brasil”.
Pergunto? Se isso, de
fato, fosse verdadeiro: um erro justificaria o outro? A bolsa
família não é
divisão de renda e sim uma subtração de renda, pois só podemos
falar em
divisão, quando as duas partes produzem, o que não é o caso. Em
uma nação como
a nossa, de maioria negra, esses programas não passam de uma
jogada para conseguir
votos. Hoje, portanto, nós os brancos, é quem somos
discriminados e de forma
escancarada. Dar cotas
diferenciadas, a quem quer
que seja, é nivelar por baixo concedendo vantagens a
incompetentes para ocupar
cargos que não terão competência para desempenhar. Ninguém
poderá provar que um
concursado aprovado pelas quotas poderá produzir em igualdade
com um postulante
que concorre com a grande nata. Um exemplo disso são as médias
para o ingresso
em qualquer tribunal federal no País (basta ver no DOU os
desempenhos dos
aprovados). Um estudante que almeja ingressar no serviço
público federal, pelos
meios considerados normais, não pode se dar o luxo de fazer
menos que 95% de
acertos em uma prova. Isso significa dizer: tem que acertar,
pelo menos, 57
questões de um total de 60, ir bem na redação e rezar. Às
vezes, nem com essa
pontuação é possível garantir a nomeação. Ao passo que, um
cotista fazendo a
pontuação de corte (em torno da metade da prova) entra sem
grandes problemas,
pois, além de concorrer com bem menos candidatos, há uma
garantia de vagas para
ele com médias exorbitantemente menores.
Nós, brancos,
somos tão discriminados
com as benécies promovidas pelo governo aos cotistas que,
ontem ao divulgar uma
petição aos meus colegas estudantes de todo o País, uma
senhora, afro
descendente, em resposta ao meu pedido disse o seguinte: “Não
tem volta. As
cotas vieram para ficar. Essa petição vai ser engavetada.
Pois, nós negros,
vamos votar no PT de novo.”. Divulguei pela internet o
conteúdo da resposta
dessa senhora, e a indignação não tomou conta somente dos
estudantes,
entretanto das pessoas em geral.
Lamento essa
senhora e alguns
semelhantes seus pensarem assim. Ela é o maior exemplo de
racismo nesse País
democrático. Jamais julgarei alguém pela cor, e sim pela
capacidade intelectual
de querer e fazer acontecer. Os cotistas, no fundo, são
vagabundos e
preguiçosos. Usam de um coitadismo barato e demagogo em sua
defesa. Querem tudo
de mão beijada, embora tenham 2 braços, 2 pernas, 2 olhos, 1
cérebro, ... tudo
igual a nós, brancos. Aliás, até onde eu sei, cérebro não tem
cor. Por que,
então, eu tenho que estudar 20h por dia, durante anos, concorrer
com a grande
elite intelectual dos concurseiros e os negros têm que estudar 2
minutos por
dia, por 1 mês e concorrer com meia dúzia de escorados? Isso,
volto a dizer, é
uma grande fábrica de votos. É muito mais fácil o governo dar a
ensinar. Tenho
colegas e amigos negros que sempre foram os primeiros lugares na
UFRGS em
engenharia, em medicina e em direito. Hoje, um é radiologista,
um é engenheiro
de uma grande Estatal e o outro um Advogado renomado. Nunca
precisaram de
cotas, sentem-se ofendidos e humilhados quando são questionados
com relação a
esse assunto pífio. Entre outros negros consagrados e vitoriosos
em suas carreiras,
Joaquim Barbosa e Obama nunca precisaram de cotas. Lamento que
pessoas como
essa senhora precise. Sempre será vista por cima, pois ela
própria, como
outros, intitula-se assim: um ser inferior. Jamais terá o meu
respeito, porque
só respeito quem se faz respeitar. Sucesso para os meus colegas
e sorte pra os
cotistas, porque só precisa de sorte os incompetentes.
& tenho Dito.
Mr Z.q
O texto não é meu, mas compartilho tão profundamente com tudo que resolvi transcrevê-lo tal e qual.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 16.11.2013
Escrito por Cristiano Zucco
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br