Você
sabe o que é um early adopter?
Esse
é um termo utilizado para definir
pessoas que aderem rapidamente a novidades.
Existe
muitos adeptos dessa prática.
Cada vez que lançam um Iphone, um Playstation, um jogo, enfim...
Essas
pessoas ficam na fila por mais de
uma semana. Querem o novo. Há relatos de gente que acampou quase
um mês em
frente a estabelecimentos comerciais para garantir o lugar na
data de
lançamento.
Obviamente
que nem todos ali o eram,
alguns eram protestantes que queriam comprar para quebrar em
frente às câmeras.
Isso
não ocorre apenas com produtos.
Serviços também são muito cobiçados.
Tudo
isso é levado em consideração
quando efetua-se pesquisa de mercado antes de empreender. Ou ao
menos deveria
ser.
Obviamente
que há muitos aventureiros na
praça que simplesmente resolvem abrir negócio sem sequer
entender o mercado.
Em
Santo Ângelo temos uma população de
early adopters. Quem é mais antigo lembra que há bem pouco tempo
os empresários
de casas noturnas precisavam anualmente abrir outro ponto em
outro lugar para
chamar público. As pessoas não queriam mais saber do “velho”.
Hoje eles ainda
mudam, mas apenas reformam, redecoram, mudam alguma coisa para
contentar o
povo. E funciona.
Cada
novo negócio, diferentemente de
muitas outras cidades onde o povo é receoso e primeiro espera
para ver no que
vai dar e como funciona para só então depois experimentar, é
visto com gula
pelos santo-angelenses.
É uma
curiosidade de brilhar os olhos, uma
necessidade, uma ansiedade. Algo que reflete fortemente nas
expressões das
pessoas ao comentarem.
Pense
bem, recentemente abriu uma
hamburgueria e todos foram conhecer. Então abriu uma loja de uma
grande
franquia e dá-lhe movimento. Depois uma sorveteria que até hoje
tem filas. Por
último, uma sanduicheria e o resultado foi o mesmo, chegando a
ter mais de 30
minutos de espera para fazer seu pedido.
Todos
sabemos que com o tempo as coisas
se ajustam, esses fanáticos por novidade se acalmam ou encontram
outra inovação
para experimentarem.
Eu
particularmente nunca havia me
identificado como alguém desse time, até ir morar fora. É um
traço bem forte
nosso.
O
ponto importante de toda essa
constatação é sobre mercado, comportamento e negócios.
Muitos
preferem se aventurar por águas
desconhecidas arriscando toda a carga em um pequeno bote – o que
justifica os
60% de fechamento de empresas antes dos 5 anos de vida – a fazer
seu dever de
casa. Pesquisar mercado, definir público alvo, conhecer a cidade
e as pessoas,
entender comportamentos e preferências pode ser a diferença
entre o sucesso e o
fracasso de um negócio.
O
grupo aqui da cidade detentor de
muitas casas noturnas faz isso muito bem. Entende que o público
demanda
novidades e as oferece sistematicamente.
Evidente
que cada caso é um caso e há
limitadores. Em minha empresa procuro inovar com novas
abordagens ao cliente ou
projetos que culminem, ao menos em teoria, em incremento da
satisfação.
Se as
empresas entendessem isso,
estariam sempre ajustando e reinventando-se para atender (ou
exceder) a
expectativa do cliente.
Claro
que isso não se aplica a 100% da
população. Alguns conservadores remanescem, mas fica a ideia de
que sempre
antes de querer navegar é necessário dar uma boa estudada nos
mapas
cartográficos.
Quem
manda são os clientes e o mercado,
lembre-se disso.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 09.01.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br