Essa semana conversei com uma
servidora pública. Ela é nova e está em estágio probatório ainda
nessa função, mas já havia conquistado estabilidade em outra antes
dessa aprovação.
Ela reclamava fervorosamente
sobre como a morosidade dos servidores atrapalham a nação e o
povo. Falou que gente que está há anos no cargo não tem pressa,
não se preocupa com o povo, não tem prazos, tem pilhas e pilhas de
coisas para dar encaminhamento e não se prestam sequer a tentar
uma melhora em produtividade.
Então conversávamos sobre a
diferença entre o concursado e o privado e falando ainda sobre meu
texto dos servidores públicos.
Na iniciativa privada ou se
trabalha ou é demitido (a menos, é claro, que tenha estabilidade
por algum sindicato. Daí a pessoa não trabalha MEEESMO, ainda que
em empresa privada, pois não pode ser demitida).
Mas o ponto mais importante que
quero citar hoje é a reivindicação por melhores salários por parte
dos servidores públicos.
Essa servidora me fez pensar
algo de uma forma que não havia feito ainda.
Se eu estudo para um concurso é
porque aceito os termos daquela função, incluindo o salário. Então
um ano depois de aprovado, fico insatisfeito e quero fazer greve
ou afins?! Mas pelo amor de Deus, gente. Isso na iniciativa
privada funciona diferente.
Se eu não estou satisfeito com o
salário no local em que estou, não fundo um sindicato, ou me
associo a algum, nem convenço meus colegas a fazerem greve. Eu
simplesmente peço as contas e vou trabalhar em algum lugar que me
pague melhor.
É isso que, ao meu ver (e dessa
minha amiga que diz estar acompanhada por inúmeros outros que
pensam igual) deveriam fazer os servidores públicos que estão
insatisfeitos com sua remuneração.
Exonerem-se!
Peçam as contas e vão trabalhar
em outro local. Simples assim!
Afinal de contas, é assim que o
mundo funciona. Se não está satisfeito, troque.
Mas, nesse Brasil
assistencialista todo mundo quer ganhar. E digo mais, ganhar sem
entregar um resultado condizente.
Alguém que na iniciativa privada
ganha mais de 10 mil reais produz espetacularmente. Verifiquem por
si.
Atendem bem os clientes,
preocupam-se com os clientes, investem em qualificação, produzem,
entregam resultado.
Quantos servidores públicos você
conhece que realmente são eficazes? Ou mesmo eficientes?
E digo mais, muita gente entra
com todo o gás, quer realmente fazer a coisa andar, então começa a
ser boicotada pelos mais antigos e “forçosamente” entra no ritmo.
Muitos
antigos também já estão cansados de remar contra a maré, ou de
verem tanta gente entrar em busca apenas de um cabide, sem
qualquer forma que possibilite cobrar uma produtividade maior.
Penso que está na hora de as
pessoas pararem de acreditar que é dever do estado sustenta-las,
dar melhores salários e condições de trabalho e começar a pensar o
que elas podem fazer por sua nação, cidade e estado. Parar de
querer forçar seu empregador a dar mais dinheiro por algo que
normalmente não vale.
Está na hora do nosso povo tomar
vergonha na cara e começar a fazer ao invés de esperar cair no
colo.
Chega! Vamos fazer a nossa
parte.
O povo precisa perder essa ideia
de que parasitar está certo. Para rir temos que fazer rir.
Precisamos fazer a nossa parte para então conquistarmos algo.
Sei que uma grande parte dos
servidores pensa como eu e compartilho de muitas frustrações
deles.
Vamos mudar, eu acredito!
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 10.10.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br