Uma brincadeira comum entre meus amigos e eu em
mesas de bar e em cafés de Porto Alegre era verificar, ou apenas implicar,
quanto a quem seria o “alfa-líder” do relacionamento.
Sempre que decidíamos sair para alguma festa ou
show, uma das respectivas mulheres não podia ou não queria ir junto. Quando
isso acontecia, argumentávamos com o amigo para que ele persuadisse sua
excelentíssima a ir junto ou então deixá-lo ir conosco.
Nas ocasiões em que a mulher não queria ir e
também não o deixava fazê-lo, a turma ficava de gozação e brincadeiras com o
vetado, alegando que sabíamos quem era a alfa-líder do relacionamento.
Brincadeiras a parte, isso de fato existe e faz
parte das características psicológicas de cada ser humano e que se manifestam
mais evidentemente em situações quotidianas dos relacionamentos. Sempre há a
personalidade dominante e a submissa, mesmo que em muitos casos a diferença
seja sutil.
É importante salientar que ser alfa-líder não significa
ser o chefe, ou o ditador ou o mandante. Isso não é ser líder. Ser líder
significa conduzir a situação de forma a atingir um determinado objetivo
fazendo com que quem é liderado não só concorde como goste e apoie.
Os três exemplos básicos que costumo citar quando
abordo o tema são:
Quando a turma do casal (mesmo que apenas os
amigos dele, as amigas dela, ou casais que falam apenas com ele ou com ela)
conversa com apenas um, convidando ambos para algum evento - que independe se é
balada, janta, cinema ou até um singelo chimarrão – e a pessoa convidada
responde prontamente aceitando, sem sequer questionar a outra parte, significa
que é o alfa-líder.
Esse primeiro exemplo explica-se facilmente.
Quando uma pessoa tem autonomia suficiente para responder por si e pela outra,
significa que já detém o poder de decisão quanto a eventos sociais, e quando
isso acontece, implica consequentemente em dizer que também possui poder
decisório no restante das coisas.
É evidente que se a pessoa não tem total
segurança, confiança ou autonomia para tomar este tipo de decisão, e precisa
consultar, deliberar, pedir ou questionar a outra parte, é porque a decisão não
lhe cabe.
Isso é tão claro que normalmente perguntamos
sempre pra pessoa que decide, pois a turma já sabe que é ela quem manda ou ele
quem “apita”.
Normalmente nessa parte do argumento muita gente
questiona quanto a casais que tomam decisões conjuntamente, e aqui reforço,
mesmo que pareça ser uma decisão conjunta, o voto de um sempre acaba pesando
mais que o de outro no final das contas.
O alfa-líder, por assumir uma postura dominante,
também assume a protetora. Sendo assim, instintiva e naturalmente, fica próximo
ao local de onde pode vir o perigo, que nesse caso é a porta. Em casos onde o
risco é maior da janela, mesmo sem perceber, a posição muda para o lado desta.
Esse exemplo fica mais claro quando um casal sai de casa onde a porta fica ao
lado direito da cama e vai dormir em outro local, como um hotel por exemplo,
onde a porta fica do lado esquerdo.
Nessa situação, o alfa-líder automaticamente muda
de lado sem sequer perceber.
Para finalizar, cito como terceiro exemplo a
posição que se sentam à mesa em restaurantes.
O alfa-líder fica sempre de frente para o
movimento – ou para o possível perigo – a fim de estar ciente e preparado em
uma eventual necessidade.
A mesma posição também é assumida por pessoas que
estão prospectando ou insatisfeitas conjugalmente, no intuito de avaliar o
mercado e flertar quando for oportuno. Dica para quem vê duas pessoas que não
são relacionadas conversando identificar qual está solteira ou a caça.
Agora faça o teste, quem é alfa-líder em sua
casa?
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 13.04.2013
Editado/corrigido por Thiago Severgnini
Pitaquiado por Patrick Heinz e Josiane Brustolin
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br
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