A nação finalmente acordou! Será? É o que a mídia e “o povo” comentam sem parar desde o início das manifestações.
A
classe média, que é quem paga o pato da pesada carga tributária, sem
uma compensação condizente, cansou de pagar para os outros ganharem
regalias infinitas e começou a reivindicar o que é seu por direito:
aplicação correta das verbas, leis coerentes, fim da corrupção e menos
impostos.
Mas aqui na capital missioneira muita gente preferiu
não participar. Certamente não estão satisfeitos com o absurdo de
impostos que pagam ou com o serviço público de péssima qualidade que é
fornecido em contrapartida ao que é desembolsado. Mas ainda assim não
saíram para a rua.
As desculpas foram muitas. Falta de foco
nas reivindicações, ausência de liderança, proibição de violência, veto a
bandeiras partidárias e por aí vai...
Muitos manifestaram-se
contra o protesto alegando ser um desfile, que foi pedido consentimento
da polícia e demais entidades municipais (o que eu acho um absurdo,
afinal comunicar que vai fazer algo é colossalmente diferente de pedir
pinico. Eu vi pela ótica dos manifestantes que botaram o "pé na porta"
com peito estufado e bradaram que iriam para a rua, quer as entidades
gostassem ou não), mas na hora de agir, que foi a segunda manifestação,
na segunda-feira, na câmara de vereadores, sem comunicação, sem polícia,
diretamente aos vereadores que são (ou deveriam ser) os capacitados
para fazer algo em âmbito municipal, pela comunidade local,
acochambraram-se.
Onde está então a linearidade do discurso
desses que só serviram para desprestigiar e boicotar um gesto
civilizado, pacífico e organizado? Queriam o quê? Quebrar as lojas?
Atear fogo em patrimônio público? Gerar mais gastos que resultariam em
mais impostos para a mesma classe reclamante? Quanta incoerência e falta
de raciocínio! O que as lojas tinham a ver com isso?
A todos
os que foram, o meu parabéns. Principalmente aos mesmos formadores de
opinião que já mencionei em textos anteriores e que na oportunidade
equivocadamente fomentaram violência, mas que na hora chamaram a
responsabilidade de ajudar a coordenar e manter o movimento como deveria
ser, para si, e zelaram pela ordem.
Todas essas pessoas
saíram para a rua, mostraram a cara, levantaram cartazes, pois estavam
insatisfeitos com o Brasil, com a política, com os políticos, com o
desvio de verbas, com a insana carga tributária, com a roubalheira, etc.
Os
que ficaram em casa, além de não ajudarem, ficaram atrapalhando e
comentando que não foi um protesto e sim um desfile. Ora, se sair para a
rua - mesmo que como um ato simbólico – representando minha
insatisfação com o Brasil como está e minha vontade de querer algo
melhor é um desfile, que seja, mas eu fiz a minha parte. E os passivos
indignados fizeram o quê?
Teoria versus prática! Ficaram em
casa, no conforto de suas "internetes" falando mal de quem quer mudar o
país da maneira que dá.
Aqui e na avassaladora maioria das
cidades não há cultura de protestos, muito menos de politização.
Qualquer iniciativa é válida. Mais de 1000 pessoas foram à rua só aqui.
Isso é histórico para nossa cidade, assim como para todas as outras. É
um marco e precisa ser reverenciado com o respeito que merece.
Se
aqui já rendeu frutos - como IPTU e passagens - sendo tranquila (e
concordo que o povo poderia ter gritado mais e sido mais efusivo, embora
isso não desmereça a manifestação), imagina em todo o país. O gigante
acordou e o povo não está mais disposto a ser empalado resilientemente.
Venho
lutando por isso há muito tempo, fazendo a minha parte da minha
maneira. Agora finalmente começo a ter motivos par ter orgulho de ser
brasileiro. Não esmoreçamos com migalhas. Sigamos em frente! E daqui
para frente, venham para a rua, mesmo que não falem nada, estejam
presente e mostrem a cara para que todos saibam que vocês também estão
insatisfeitos com as coisas como estão. Pare de queixar-se passivamente e
tenha uma atitude positiva que gere algum tipo de resultado. Ficar em
casa não serve mais.
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