Estava lendo uma opinião em uma coluna a respeito dos
rolezinhos e suas discriminações e não me contive em
comentar, não a coluna, mas quanto ao que penso sobre o
assunto.
Eu vejo fascistas de
esquerda defendendo o direito dos pobres em frequentar
locais abertos ao público. O que me irrita nesse tipo de
comentário é que essas pessoas, normalmente formadores de
opinião, não medem as consequências do que falam.
Primeiro que o local não é
público, é privado e as empresas podem sim definir quem pode
ou não entrar.
Segundo que não é contra a
pobreza que há animosidade e sim contra o vandalismo absurdo
e descarado. As pessoas marcam essa junção toda com as
desculpas mais descabidas e absurdas possíveis, onde
possivelmente os próprios organizadores estejam com más
intenções, e querem que o povo aceite?!
Juntar 300 pessoas para
fazer um encontro pacífico com finalidade de
confraternização em um local que serve para negócios, e
querer que todo mundo acredite que eles iriam lá apenas para
conversar e que nada mais aconteceria é até ofensa à
inteligência.
Se o objetivo realmente
fosse esse, parques e praças certamente seriam mais
adequados. E mais, ninguém pensou por que essas mesmas
pessoas “barradas” nos rolezinhos não são barradas nos
outros dias? Falta um pouco de reflexão de quem aponta o
dedo aos administradores.
Sigamos por essa linha e
nos coloquemos na pele do dono da loja. Sabendo que muitas
outras foram saqueadas e depredadas, por que diabos eu
negligentemente permitiria que essa tropa desgovernada
chegasse perto de meu ganha-pão?
Nessa hora ninguém fala
mal dos vândalos que só querem saber de roubar e saquear, e
ainda sem nenhuma vergonha – a exemplo dos políticos – dizem
que eram meia dúzia infiltrada no meio da massa pacífica e
ordeira.
Se fossem meia dúzia,
primeiramente seria fácil de serem controlados, coisa que
não ocorre. Segundo que a própria massa coibiria as ações e
por fim, o resultado final não seria tão caótico e
desastroso para todos.
Falam ainda que iniciou um
processo de politização do brasileiro desde junho. Desde
quando quebrar tudo e roubar é ser politizado? Desde quando
baderna e algazarra é sinal de evolução?
“Ah, mas as pessoas querem
demonstrar suas insatisfações” Quebrando tudo? Então se eu
não gosto de uma comida quebro o prato e todo o restaurante
que me vendeu? Não gosto do atendimento, espanco o
atendente? Não gosto de um comentário do facebook, ataco
quem escreveu até que ele se sinta pior que o estrume do
cavalo do bandido? Não gosto dos políticos, quebro tudo que
é de órgão público? Não gosto de rico, quebro o shopping?
Não gosto de policiamento, falo mal e espanco a polícia?
E ainda tem gente que
defende que o brasileiro está evoluindo, ficando mais
politizado, pensando mais coerentemente. Quem diz isso
entende de Brasil? Não podemos usar o Rio Grande do Sul ou o
sudeste como parâmetro, pois somos diferenciados. E ainda
assim portamos indignação passiva e assistimos novela
sabendo que é desconfortavelmente burra, e Big Brother nos
iludindo que estamos de certa forma aprendendo sobre
comportamento humano.
Imaginem o resto do Brasil
que tem um nível de escolaridade muito inferior e que também
vota e estão em muito maior número e entenderão porque temos
os políticos que temos e o Brasil está como está.
Você ainda é a favor do
rolezinho? Deixe-os passar perto de suas propriedades então.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 08.02.2014
Corrigido por Josiane Brustolin
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br
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