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terça-feira, 21 de julho de 2015

Grupos de extermínio



Assistindo ao jornal da manhã, que como todos os demais reserva boa parte de seu tempo para falar de sensacionalismo, fui acometido por um recorrente sentimento de revolta contra a torta justiça brasileira.
É sabido por toda a nação que não temos mais espaço em presídios e/ou cadeias para tanto bandido. Também é de conhecimento comum que essa marginalia toda quando é pega, nunca aprende ou se redime. Quase na totalidade dos casos voltam a reincidir com crimes piores, aprendidos na escola da prisão. E com os melhores e mais graduados professores.
Muitos sequer dão-se ao trabalho de esconder ou omitir que quando forem soltos, tornarão a matar. E a justiça? E a polícia?
Sei que a maioria dos policiais é honesta, está na profissão por acreditar que pode proteger o povo e limpar as ruas dessa corja. Mas sei também que eles sentem-se cada vez mais de mãos atadas.
Eles sabem que os meliantes serão libertos em pouco tempo, e que podem acabar sofrendo rechaças, inclusive familiares.
Todos temos consciência, lá no fundo, que essas pessoas não tem correção e que independente da quantidade  de oportunidade que for oferecida, valores e caráter não se mudam.
A sociedade, formada também por policiais tanto da ativa quanto da reserva, entendendo essa triste realidade e inconformada com a falta de justiça e com a impunidade, resolveu agir por conta própria.
Foi preso recentemente um grupo de extermínio. A imprensa noticiou como se eles fossem os bandidos. A polícia federal estava atrás deles e conseguiu pegá-los. (PF que por sinal está entrando para história no que se refere a prisões de políticos, corruptos e etc. Nunca vi o Brasil prender tanto)
Então eu pergunto: Por que não deixaram esse pessoal continuar a limpeza? Esse bando de assassino e estuprador continuará parasitando a sociedade e eles estão fazendo nada mais do que uma higiene social a qual a polícia não pode.
Isso significa que eles estão fazendo um trabalho comunitário na verdade.
Ironias à parte, o que revolta a nós, cidadãos, é que para pender esses caras há lugar na cadeia, há contingente policial federal e a justiça funciona. E para proteção do cidadão que é assaltado, violentado e humilhado nunca há contingente suficiente. Para prender políticos corruptos não há polícia federal nem nada.
Então quando uma parcela da população resolve fazer justiça/vingança com as próprias mãos, considero completamente compreensível.
E digo mais, essas pessoas que estão tentando fazer o papel de batmans modernos – texto que diga-se de passagem também já escrevi – não estão erradas sob sua perspectiva. Mesmo que a vida seja o bem maior defendido constitucionalmente, a coletividade e o bem comum se sobrepõe.
Matar marginal, assaltante, assassino, estuprador e tirá-los do convívio social é visto por pessoas que costumam ser açoitadas como uma higienização social.
Mesmo que seja completamente ilegal esse tipo de milícia, eu gostaria que grupos assim existissem onde moro.
Em tempo. Entendo que o dever de punição justamente foi transferida ao estado para que não houvessem mais vinganças pessoais, eis que estas são infinitas. Entendo também que a lei de talião não cabe mais na sociedade atual e que a lei e a justiça estão aí para isso. Sei que com cidadãos mantando outros cidadãos, ainda que estes últimos sejam meliantes, temos a equiparação dos dois grupos: matam por motivação diversa, mas tiram a vida de outrem sem que lhe seja dado este direito e que bem nenhum se sobrepõe à vida. Ocorre que na pratica a teoria não funciona e o povo está buscando alternativas.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 04.07.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

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