Estava
aguardando em uma fila e ouvindo as conversas das pessoas que
trabalhavam na instituição enquanto falavam sobre comportamento
alheio.
Não
paro de me surpreender com a pequenez dos valores humanos, ou de
suas “almas”.
Comentavam
sobre alguém que tripudiou uma criança com problemas motores e
não quis aceita-lo como aluno pois o mesmo não ouvia nem falava
e estava em uma cadeira de rodas. Pelo que comentavam o tal
“maléfico” gestor/professor disse que se quisessem deixa-lo,
poderiam, mas que ficaria em um canto da sala sem assistência.
Que a instituição não tinha estrutura nem qualificação e que não
podia dar atenção diferenciada a um aluno.
Depois
do relato do fato, horrorizadas com a atitude do “monstro”, sem
em qualquer momento tentar um exercício empático ou entender as
limitações e regras da instituição, ou mesmo os motivos para tal
conduta (e absolutamente não estou dizendo que ele estava certo,
pois a princípio, da forma como foi colocado, realmente é
chocante), já o condenaram.
Primeiro
que as pessoas não querem justiça nesse mundo. Querem vingança,
o que é bem diferente. E isso por sinal é um dos maiores
combustíveis da falta de diplomacia, compaixão e articulação da
atualidade.
Mas
voltando ao assunto. Encerrado o relato, começaram então a falar
coisas do tipo: “Ele não tem medo que o filho dele nasça
assim?”, “Um dia vai acontecer com ele”, etc.
Nesse
exercício de prever o mal e desejar mentalmente que agruras
ocorram a terceiros, os humanos não percebem o quão baixo é o
ponto em que se colocam na escala evolutiva.
O
que esse tipo de gente pensa, não faz sentido. É algo como: “Ou
ele deseja o bem de todos, ou Deus vai vir e fazer com que o
mesmo aconteça com ele causando dor e sofrimento,
huaaaaaaahahahahaha”
Não
faz sentido esse tipo de raciocínio. Porque pense comigo: Eu
estou analisando uma situação, que é crítica, que eu condeno,
considero errada e defendo que não deveria ocorrer, e qual é a
minha palavra final?
Um
pensamento negativo de vingança e de sincero e profundo desejo
de infelicidade a quem o praticou.
Só
um pouquinho?! Como pode, incoerente humano, que você cobre de
outra pessoa que seja feito algo certo, bom e positivo, se, ato
contínuo, você próprio na mesma observação da situação, age tão
mesquinhamente quanto?
Possivelmente
seja devido a esse tipo de pensamento e conduta que surgiram
tantos ditados até hoje amplamente multiplicados como: “cuide do
seu rabo”, ou “suas crenças não fazem de você uma pessoa melhor,
suas atitudes sim” e “antes calar que mal falar”.
Com
isso, concluo deixando um pensamento que tem tudo a ver com o
assunto e que fala, resumidamente, o que penso e como tento me
portar dia-a-dia:
"Tudo
o que somos é o resultado do que temos pensado.
Se
uma pessoa fala ou age com pensamento ruim, a dor a segue, tal
como a roda segue a pata do boi que puxa a carroça...
Se
uma pessoa fala ou age com um pensamento puro, a felicidade a
segue, como uma sombra que nunca a abandona." (Pensamento
budista)
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 20.06.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário