Quando somos crianças costumamos
negar as coisas que fizemos ou colocarmos a culpa em algum
coleguinha, por medo das consequências, das repreensões, dos
castigos, ou mesmo de um bom laço.
Depois, conforme vamos crescendo
e vamos evoluindo, começamos a assumir nossas atitudes e
finalmente quando adultos, somos inteiramente responsáveis, certo?
Errado!
As pessoas crescem e aprendem
com o exemplo dos adultos e de toda a sociedade, que salvo algumas
exceções, costumam mentir para tirar algum tipo de vantagem.
A prática começa desde as coisas
mais banais, e vai tornando-se hábito até que finalmente acaba
virando compulsão.
Então chega um ponto em que as
pessoas simplesmente perdem o caráter e começam a deslavadamente
mentir para tirar algum tipo de vantagem, qualquer que seja.
Vejo que as pessoas mentem
pequenas coisas e acreditam realmente que não há mal nisso, afinal
de contas foi por uma “boa causa” ou por um “bem maior”.
Esses dias uma conhecida minha
tinha esquecido de avisar seu professor particular que não
compareceria em sua aula. Quando lembrou já era tarde. Então ela
me disse: “vou ligar e dizer que não pude avisar pois estava sem
sinal ou com um cliente, sei lá...”.
Nesse momento eu disse: “Mas
isso não está certo. O correto seria ligar para ele e falar a
verdade informando que esqueceu do compromisso, pedir desculpas,
compromete-se a não repetir o erro. E arcar com as consequências,
caso haja”.
Ela ainda resistiu argumentando
que ele certamente ficaria triste e se sentiria menosprezado,
afinal de contas esquecer de sua aula acabaria em algum grau lhe
ofendendo.
Eu disse que ela quem sabia, mas
que se fosse o contrário ela não gostaria.
Perceba, começa com coisas
simples e acaba se estendendo ao ambiente familiar, ao trabalho,
aos amigos e contamina sua vida por completo.
Fazer a coisa certa é um hábito
e precisa ser permanentemente reforçado sempre com pequenas ações
e normalmente envolve empatia.
Tem muita gente que ao primeiro
sinal de erro já pula longe e começa a desesperadamente pensar em
uma desculpa ou como transferir a culpa para alguém.
Isso acaba gerando outro
problema, mais grave ainda. Quando as pessoas fazem algo, não se
preocupam em responsabilizar-se pelos atos no futuro, afinal de
contas basta dar uma desculpa e tudo acabará bem.
Então iniciam negócios de
maneira errada, parcerias de maneira errada, relacionamentos de
maneira errada e depois ainda tem a cara de pau de alardearem que
não entendem porque algo não deu certo.
É muito simples. Se todo mundo
antes de fazer algo tivesse ciência de que precisa responder por
tudo que faz, e que se aquém da sua vontade algo ocorrer precisará
arcar com isso, certamente teríamos um mundo muito mais direito.
Isso, prezados, é o óbvio.
Deveria ser básico e chega a ser ridículo de tão certo, mas ao
mesmo tempo tenho convicção de que muita gente que está lendo isso
está ironizando e pensando que sou um sonhador utópico e que isso
não é capaz de existir jamais no mundo em que vivemos.
Pois eu asseguro-lhes de que
isso existe sim, sobretudo fora do Brasil. E que não só pode como
deve ser praticado de todas as formas. E mais, tem muita gente que
compartilha dessa filosofia e está praticando ativamente a
política do fazer a coisa certa.
Sem qualquer demagogia. Não é
pelo bem maior da humanidade – mesmo que isso acabe refletindo –
mas sim por uma questão de caráter.
E você, prefere ter qualquer
tipo de relação com alguém que faça a coisa certa, ou com alguém
que faça, independente de como?
No meu ramo muita gente acaba
optando pela concorrência por algum benefício efêmero, como a
rapidez na locação por exemplo, e depois acaba voltando pois o
inquilino não possuía as garantias necessárias, o imóvel foi
entregue depredado, etc.
Comportamento sempre reflete no
profissional e pessoal.
Escolha muito bem as pessoas a
estabelecer qualquer tipo de relação, elas dirão muito sobre você.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 08.08.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br
Show!!! Compartilho desse pensamento e hj mesmo esqueci o café do CDL, paciência, mas esqueci! 😕
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