Tradicionalmente, planejamento e finanças são os setores mais
difíceis para os empresários brasileiros. Um pouco por cultura e
outro pouco por falta de educação desde o ensino fundamental a
respeito destes temas.
Ocorre, entretanto, que quando alguém pretende efetuar algum tipo
de gasto, qualquer que seja, independente se um financiamento de
30 anos ou um vale na esquina até a semana que vem, qualquer
pessoa responsável e consequente avalia sua capacidade de
pagamento.
Se não fosse assim, sempre que quiséssemos sairíamos comprando
desenfreadamente tudo o que nos desse vontade sem sequer avaliar o
financeiro.
O governo durante a administração do PT não levou em consideração
que a economia mundial estava em forte aquecimento e que o
dinheiro oriundo dessa boa maré não se sustentaria por muito
tempo. E planejou suas contas com o que ainda não tinha em caixa.
Caixa este que já estava com mais dinheiro do que o habitual.
A economia voltou ao normal e o Brasil, mais por má administração
do que por interações geopolíticas, perdeu espaço econômico no
mercado mundial.
As contas não diminuíram. O governo resolveu que iria distribuir
dinheiro para todos, tipo o Silvio Santos em seu programa de
auditório, com claros propósitos eleitoreiros.
Insustentável.
Hoje o país entrou em colapso. A crise, que é mais política que
econômica, veio e está apertando o cinto de muita gente. Sobretudo
daqueles que não planejaram e não sabem administrar suas finanças.
Neste cenário, ficar distribuindo bolsas, comida, gás, propinas,
faculdade, incentivo, subsídio, aumentos, concessões, etc., não é
viável.
O governo assumiu um custo monstruoso e como qualquer pessoa que
conhece um mínimo de administração financeira entende que agora
não tem como pagar.
Então veio o Temer com o Meirelles.
A ideia era de que com outro presidente as inacreditáveis
incompetências efetuadas por Dilma cessassem.
Entretanto nem sempre o que esperamos acontece.
Ululante que Temer não é pior que Dilma. Não há como ser. Nem
Tiririca seria. Mas então um ministro seu anuncia um pacote de
aumento nos salários de alguns servidores que gerarão um acréscimo
aos cofres públicos de 40 BILHÕES até 2019.
Pense comigo. Não temos dinheiro. Crise. Mercado global recuando.
Dificuldade. E o cara dá aumento de 40 bilhões?
Quando questionado sobre como será efetuado o pagamento ele afirma
que depois vão dar algum jeito. Que isso depois eles veem.
COMO ASSIM?
Então eu vou agora mesmo comprar uma Lamborghini e depois vejo
como será pago.
E não para por aí. Não satisfeito em aumentar os custos, ele
anunciou e certificou-se de que reduzirá os lucros.
Informou que vai retirar os incentivos aos empresários que são
hoje os únicos que produzem dinheiro no país e que geram empregos
e riqueza.
Toda a nação vive dos empresários. Os serviços públicos recebem
salários porque os empresários geram receita em impostos e o
governo transforma isso em salário. As pessoas têm empregos porque
os empresários instituíram empresas e disponibilizaram vagas
pagando o salário que injeta dinheiro no mercado.
Não toda, mas a maior parte dos recursos circulantes no país hoje
é oriunda da classe empresária, ou seja, é a fonte de renda da
nação. E esse governo além de aumentar os gastos
inconsequentemente, também reduz os ganhos.
É... realmente está cada dia mais difícil morar no Brasil.
Não vejo futuro para uma nação onde endemicamente a corrupção, o
jeitinho, a preguiça, o menor esforço e o paternalismo valem mais
do que a competência e o esforço.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 02.07.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário