Vejo muita gente
trazer a família ao assunto do trabalho e
querendo misturar as coisas como forma de
justificar o não fazimento de algo ou uma
entrega ineficiente.
Pessoas que não se
qualificam, não estudam, não se dedicam, não
fazem o algo mais com a desculpa de que a
família é o mais importante e que isso não é
negociável.
O que elas não
entendem é que a família nunca competiu com o
trabalho, bem como o inverso também é
verdadeiro.
Trazer o assunto
família ao trabalho é tão ultrajante quanto
falar sobre intimidades sexuais de seu
matrimônio. Simplesmente não tem razão ou
sentido algum.
A família está em uma
esfera, e o trabalho em outra. E elas só se
fundem no espaço do indivíduo que é membro de
ambas.
É habitual ouvirmos
comentar que a família é mais importante, por
isso não me dedico como poderia ao trabalho.
Quem faz isso
normalmente dá atenção para família no trabalho
mas não o inverso. E com isso sua competência e
eficiência profissional acabam sendo
comprometidas.
Ter família é lindo,
mágico, maravilhoso e incomparável. Precisa ser
tratado com o devido respeito e zelo. O que não
pode ocorrer é tratar de sua profissão como algo
que não é importante.
O fato de em minha
cabeça a família estar em primeiro lugar não me
dá o direito de enquanto estou no trabalho
colocá-lo em segundo plano.
A família é uma coisa.
É privada. É particular e está fora da empresa.
Colocar a família em
uma negociação profissional como limitador de
oportunidade ou de qualificação é imaturidade.
Conheço pessoas que
recusaram fantásticas oportunidades de colocação
profissional pois iam ficar longe da mãe, ou
porque o pai estava já em idade avançada, ou
mesmo porque seu filho estava na escola e trocar
no meio do ano não é legal.
O mundo não é assim.
Talvez fosse no passado, mas hoje quem não se
adapta, atrofia e castra.
Se uma mãe declina
propostas pois o filho não gosta dos EUA, ela
está, invariavelmente, misturando as coisas e se
atrofiando profissionalmente.
Você pode alegar que
ela pode conseguir algo tão bom quanto em outro
lugar sem abrir mão da família.
Como supracitado, não
é uma competição. O fato é que mais uma
oportunidade foi perdida e quando isto ocorre o
profissional mais uma vez foi amputado.
Passamos a maior parte
de nossas vidas no trabalho. A segunda maior
parte, dormindo. E a terceira dividimos entre
todo o resto, incluindo família.
Pode sim ser
conciliado. Aliás, deve ser conciliado. Sob pena
de frustração profissional. Imaginou passar a
maior parte do tempo de sua vida frustrado?
Levar esses valores
privados de família para os negócios só é bom em
um ou outro aspecto. Na maior parte do tempo
devemos saber separar.
Se enquanto trabalho
estou pensando que aquilo não é tão importante
quanto algo, invariavelmente meu cérebro entende
que pode ser relapso.
A grande questão é que
quem quer ser um grande e bom profissional.
Realmente qualificado e competente. Não usa a
família como desculpa para procrastinação.
Simplesmente encontra
uma maneira de fazer acontecer.
Veja os maiores
profissionais do mundo. Possuem família.
Convivem tanto com seus filhos que conseguem
multiplicar seus valores.
Não competem com a
família e entendem que não há como crescer e
sair da linha da mediocridade pensando
coitadistamente.
Deixo aqui uma
reflexão a todos que querem ser ricos, viver
bem, morar bem, viajar o mundo e proporcionar
muitas coisas para família: Se quer o mundo e
pretende ter o que muitos não tem, é necessário
fazer o que os outros não fazem. E isso é saber
separar o pessoal do profissional. É saber
correr atrás do que realmente importa para quem
quer sucesso.
Se o objetivo é o
sucesso, pare de usar a família como bengala ou
desculpa. Tenha a hombridade de fazer o seu
melhor independente de mimimis.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 03.09.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário