Em um texto anterior mencionei
sobre a nova geração e como eles conseguem efetuar muitas coisas
ao mesmo tempo. São maravilhosamente multitarefas. Conseguem
absorver informações de muitos canais ao mesmo tempo, e de
vários tipos.
O problema desse comportamento
é o efeito colateral. Quem abraça muitas tarefas ao mesmo tempo
acaba ou não encerrando nenhuma, ou quando o faz, peca
fortemente em qualidade.
Percebo que a maioria dos
jovens atualmente tem uma resistência preocupante com
responsabilidade, persistência, continuidade e determinação.
Isso faz com que as gerações anteriores mantenham-se no comando.
Como posso confiar em um
funcionário que não se compromete? De que adianta ter alguém que
é proativo apenas no que lhe interessa?
Quando se fala em
profissionalismo, significa efetuar bem sua função. Isso implica
em terminar uma tarefa iniciada, ser responsável em todos os
sentidos, ter persistência mesmo nas adversidades, dar
continuidade às empreitadas profissionais e demonstrar com
atitudes sua determinação. Há carência por jovens que persistam
e vistam a camiseta.
A geração mais nova só quer
saber de empreender, mesmo sem conhecimento algum. Querem ser
donos do próprio negócio, mas sequer conseguem administrar
satisfatoriamente as finanças particulares.
Quando trabalham em algum
lugar, basta receberem alguma tarefa que não lhes agrade e
prontamente já se desmotivam começando a procurar outro local de
trabalho.
Com esse tipo de
comportamento, ao invés de ganharem experiência, estão maculando
suas carteiras de trabalho e informando aos novos empregadores
toda sua potencial instabilidade e despreparo profissional.
Obviamente existem jovens
responsáveis e determinados no mercado, mas certamente nenhum
desempregado. Ao menos não por um período maior que uma semana.
Esse tipo constrói carreira na empresa que estiver.
Há ainda os fatores arrogância
e soberba. A maioria da nova geração acha que aprende tudo mais
rápido, que sabe mais sobre todos os assuntos e principalmente
que consegue fazer mais, melhor e em maior quantidade que os
“tiozões”. Basta experimentar ensinar algo para essa trupe pela
segunda vez, ou cobrar algo que não ficou bem feito para
perceber uma nada discreta reprovação.
Isso explica porque os jovens
atuais não conseguem emprego facilmente ou não os mantém quando
o fazem. Explica também porque para eles os salários não são os
melhores do mercado, e por que os mais antigos tem sempre vaga
cativa em funções importantes.
Funções que pagam bem requerem
não só experiência e maturidade, mas responsabilidade,
determinação e comprometimento. Isso tem um custo e é muito
valorizado no mercado de trabalho. Fica a dica para os jovens:
ou vocês percebem isso ou continuarão assistindo os “tios”
ocuparem seus almejados lugares.
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