No
final de semana dos protestos contra
a corrupção manifestei uma opinião nas redes sociais que é senso
comum entre a
classe empregadora, os empresários, os empreendedores e uma
gigantesca fatia de
empregados.
Quando
o fiz, um militante pró PT (e
vejam, minha afirmação não era contra o partido e sim referente
a conduta de
pessoas que defendiam a postura de uma linha de raciocínio que é
absolutamente
contrária aos ideais empresariais que visam lucro; lucro este
necessário para
pagar e elevar o salário dos empregados) não só ficou indignado
comigo como se
prestou a articular junto a muitas pessoas de mesma linha de
pensamento para
boicotarem meu posicionamento.
Primeiro
que eu não entendo. Essas
pessoas não tem argumentos para debater ideias então combatem o
emissor,
tentando o desqualificar enquanto pessoa. Isso não leva a nada.
Segundo
que elas tentam convencer seu
interlocutor xingando-o e ofendendo-o? Nem no fantástico mundo
de Alice isso
daria certo.
Mas o
principal é que hoje não podemos
mais falar o que pensamos mesmo que isso seja certo.
Teve
gente que ameaçou me processar,
alegando ilegalidade, citando Constituição e o escambau.
Apelando para todo tipo
de coerção moral na explícita intenção de me oprimir, boicotar e
fazer com que
me arrependesse e recuasse no comentário.
Muitos
colegas de profissão, formadores
de opinião, empregadores, empresários e gente pública vieram
falar comigo
dizendo que concordavam com o que escrevi, que me apoiavam em
gênero, número e
grau, mas que não podiam fazê-lo publicamente. Que não era bom
para os seus negócios.
Que
os militantes do PT, na primeira
oportunidade, ao menor sinal de manifestação, criticam
corrosivamente, unidos,
e maculam a imagem da empresa.
Não
se pode mais ter opinião, ou melhor,
não se pode sequer falar o que se pensa.
Os
manifestantes pró governo manifestam
e sempre manifestaram tudo que quiseram, eles não têm emprego,
não têm
clientes, não têm o que perder. São terroristas sociais e
morais.
Ficam
à espreita apenas aguardando
alguém ter coragem de se posicionar para, unidos, acoitarem de
todas as formas.
E são
muito bem organizados e articulados,
tanto que funciona.
Quantas
pessoas você vê hoje assumindo
firmemente uma posição que fale verdades desconfortáveis e que
seriam “politicamente
incorretas”?
Hoje
somos amordaçados. Se gostamos de
assar uma carne e carnear, vem os direitos dos animais nos
chamar de assassinos
e nos mandar matar nosso filho que também é um ser vivo. Se
falamos mal dos
corruptos, reclamam que os outros partidos também são e que este
partido ao
menos tirou gente da pobreza e deu escola. Se falamos sobre os
médicos, chove
gente alegando que antes um cubano açougueiro do que ninguém.
E com
isso cada vez mais quem deveria
falar vai se acadelando, se achicando, se acovardando e
emudecendo.
Enquanto
isso quem defende a corrupção vai
se multiplicando feito vírus, expande seu domínio nas escolas,
nas faculdades,
nas ruas e nas empresas.
Com o
silêncio, empresas quebram, pois
os empregados fazem o que bem entendem e isso é prejudicial em
um nível tão
profundo e extremo que não há saída.
Alunos
na faculdade não podem ter
opinião própria, senão o professor manda sair das sala, reprova
e ainda
humilha. Obviamente que isso se a posição for firmemente contra
o PT, o atual
governo e o MST.
O
assistencialismo, conforme falei neste
mesmo canal há mais de dois anos, chegou a um ponto
insustentável e o país
entrou em colapso.
Gente
que defende corrupto, que defende
bandido, é bandida também.
Gente
que defende ganhar sem trabalhar,
receber sem merecer, não merece emprego em empresa que visa
lucro e
produtividade.
São
filosofias antagônicas, isso é
absolutamente contraproducente e deve sim ser explícito.
Eu
não tenho a obrigação de contratar em
minha empresa gente que quer ganhar sem merecer, que quer um
emprego sem
precisar ser competente, gente que não quer estudar nem se
qualificar para cada
vez mais ser bom no que faz.
Eu
não tenho obrigação de contratar
pessoas que defendam assistencialismo, o ganhar por coitadismo,
o receber mesmo
sem trabalhar. Isso levaria minha empresa à bancarrota.
Precisamos
SIM ficar de olho no mercado
e no que acontece e contratarmos gente alinhada com a ideologia
e filosofia da
empresa, inclusive nas manifestações.
Precisamos
ter coragem para falar o que
todo mundo pensa mas ninguém quer.
A
coragem não é que nem poeira que se
agarra em qualquer pelo. Mostremos que os bons e os certos
cansaram de se calar
e estão começando o revide contra pelegos.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 26.03.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br
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