Essa frase vem se tornando um mantra entre pessoas de
responsabilidade e que entendem o quão pobre e limitado é o
raciocínio de colocar a culpa em alguém ou mesmo encontrar um
culpado para alguma falha.
É mais simples do que se imagina, e depois de pouco tempo de
reflexão tão claro que se torna óbvio.
A célebre frase de Hommer Simpsom em que ele fala "A culpa é minha
e eu coloco em quem eu quiser" fala muito sobre sua personalidade.
Gente fraca de mente, fraca em preparo, sem conhecimento ou mesmo
estrutura sempre procura um culpado para algo.
Enquanto eu não encontrar o culpado não descansarei. Fora a
justiça legal, não vejo sentido para tal sentença.
Que diferença faz quem é o culpado para o início de uma briga? Ou
para um gol sofrido? Ou uma estratégia errada?
Não vendo porque o governo isso ou aquilo. Não terminei minha
faculdade por causa de tal coisa. Não caso porque meu pai tal
coisa. Se beltrano tivesse feito teria dado certo. O cliente não
fez. O parente não ajudou, etc.
Se algo em que estou trabalhando dá errado, a culpa é minha. Ou
deixei de fazer alguma coisa que precisava ter feito, ou não me
precavi, ou não me preparei suficientemente ou alguma outra coisa,
mas fatalmente se em minha função o resultado não foi dentro do
esperado, é porque em algo eu falhei.
Mas a culpa realmente foi do fulano. E você, que era responsável
por aquilo, quando permitiu que o fulano participasse, não
explicou direito ao fulano, não se certificou de que ele tenha
entendido, não acompanhou ao longo do processo a tempo de corrigir
antes do erro concluído, estava fazendo o que?
Mas eu expliquei direitinho, tenho culpa se a pessoa não aprendeu?
Agora a falta de inteligência do outro é culpa minha?
Claro, se eu não soube explicar, quem não soube fui eu. Se a
pessoa não está afim, culpado eu que não a persuadi.
Mas, puxa, o cara é meu compadre, e ele enlouqueceu. Como vou
prever que alguém iria enlouquecer? Não tenho como adivinhar isso!
Culpado eu que escolhi a pessoa errada para compadre. Devia ter
escolhido alguém mais confiável. Conhecendo hoje as pessoas como
como conhecemos, podemos sim identificar a consistência
psicológica e na conduta de cada um.
Não tenho culpa se caiu o que eu não estudei no concurso. A culpa
por não ter estudado algo é da banca ou sua?
Mas não estava claro no edital. A culpa pela má interpretação é de
quem?
Contratei errado, culpa da empresa de recrutamento? Culpa minha
que não me qualifiquei para identificar corretamente os perfis.
A empresa quebrou, está no vermelho, não vai bem, perdeu mercado,
está sendo superada pela concorrência. Culpa minha que não
planejei, não analisei o mercado e suas tendências, não estudei
suficiente, não geri de forma satisfatória...
A equipe não entrega o resultado que eu gostaria. Culpa minha que
não sei lidar com pessoas e extrair delas o melhor.
Não consigo vender porque a crise, a Dilma, O Temer, o tempo, a
seca, a gripe... E as pessoas que conseguem vender na mesma área,
mesmo ramo, mesmas condições são o que? Sortudas ou competentes?
Ah, mas daí é sorte e não competência. Então quer dizer que se
você se mata estudando para uma prova, aprende tudo e vai super
bem é por pura sorte e não mérito de seu esforço? Ou aí é
diferente?
De hoje em diante quando algo não acontecer como gostaria, pense
com atenção antes de sair apontando o dedo para um culpado. E se
for fazê-lo, faça-o em frente ao espelho.
É vital assumirmos as rédeas de nossas vidas e se algo não
acontece como queremos, é vital para evitar reincidência que
reconheçamos nossa culpa.
Isso é ser adulto e maduro.
Ficar procurando alguém para assumir a responsabilidade de algo
que falhamos é baixo, é raso e é degradante.
Eximir-se de algo por temer as consequências, por saber da
punição, ou mesmo por não querer que os outros vejam que não somos
perfeitos é atitude de gente mesquinha e desqualificada.
Seja honesto e firme. Bata no peito e assuma a responsabilidade de
seus atos e do sucesso em sua vida.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 28.05.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br
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