Pesquisar este blog

quinta-feira, 27 de março de 2014

Rolezinho?


 

Estava lendo uma opinião em uma coluna a respeito dos rolezinhos e suas discriminações e não me contive em comentar, não a coluna, mas quanto ao que penso sobre o assunto.
Eu vejo fascistas de esquerda defendendo o direito dos pobres em frequentar locais abertos ao público. O que me irrita nesse tipo de comentário é que essas pessoas, normalmente formadores de opinião, não medem as consequências do que falam.
Primeiro que o local não é público, é privado e as empresas podem sim definir quem pode ou não entrar.
Segundo que não é contra a pobreza que há animosidade e sim contra o vandalismo absurdo e descarado. As pessoas marcam essa junção toda com as desculpas mais descabidas e absurdas possíveis, onde possivelmente os próprios organizadores estejam com más intenções, e querem que o povo aceite?!
Juntar 300 pessoas para fazer um encontro pacífico com finalidade de confraternização em um local que serve para negócios, e querer que todo mundo acredite que eles iriam lá apenas para conversar e que nada mais aconteceria é até ofensa à inteligência.
Se o objetivo realmente fosse esse, parques e praças certamente seriam mais adequados. E mais, ninguém pensou por que essas mesmas pessoas “barradas” nos rolezinhos não são barradas nos outros dias? Falta um pouco de reflexão de quem aponta o dedo aos administradores.
Sigamos por essa linha e nos coloquemos na pele do dono da loja. Sabendo que muitas outras foram saqueadas e depredadas, por que diabos eu negligentemente permitiria que essa tropa desgovernada chegasse perto de meu ganha-pão?
Nessa hora ninguém fala mal dos vândalos que só querem saber de roubar e saquear, e ainda sem nenhuma vergonha – a exemplo dos políticos – dizem que eram meia dúzia infiltrada no meio da massa pacífica e ordeira.
Se fossem meia dúzia, primeiramente seria fácil de serem controlados, coisa que não ocorre. Segundo que a própria massa coibiria as ações e por fim, o resultado final não seria tão caótico e desastroso para todos.
Falam ainda que iniciou um processo de politização do brasileiro desde junho. Desde quando quebrar tudo e roubar é ser politizado? Desde quando baderna e algazarra é sinal de evolução?
“Ah, mas as pessoas querem demonstrar suas insatisfações” Quebrando tudo? Então se eu não gosto de uma comida quebro o prato e todo o restaurante que me vendeu? Não gosto do atendimento, espanco o atendente? Não gosto de um comentário do facebook, ataco quem escreveu até que ele se sinta pior que o estrume do cavalo do bandido? Não gosto dos políticos, quebro tudo que é de órgão público? Não gosto de rico, quebro o shopping? Não gosto de policiamento, falo mal e espanco a polícia?
E ainda tem gente que defende que o brasileiro está evoluindo, ficando mais politizado, pensando mais coerentemente. Quem diz isso entende de Brasil? Não podemos usar o Rio Grande do Sul ou o sudeste como parâmetro, pois somos diferenciados. E ainda assim portamos indignação passiva e assistimos novela sabendo que é desconfortavelmente burra, e Big Brother nos iludindo que estamos de certa forma aprendendo sobre comportamento humano.
Imaginem o resto do Brasil que tem um nível de escolaridade muito inferior e que também vota e estão em muito maior número e entenderão porque temos os políticos que temos e o Brasil está como está.
Você ainda é a favor do rolezinho? Deixe-os passar perto de suas propriedades então.
 
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 08.02.2014
  Corrigido por Josiane Brustolin
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br