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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A felicidade é minha!






Ultimamente tenho conversado com algumas pessoas sobre o que é ser feliz. Planejamento de vida. Objetivos pessoais, profissionais e financeiros... 
Muitos me dizem que precisam estar casados, acompanhados ou namorando para se sentirem felizes e completos. 
Isso é um erro grave. 
Se eu entregar a minha felicidade a alguém estarei respirando por aparelhos. A felicidade é minha. Precisa partir de mim. 
Quando condiciono colocar a felicidade no colo de outra pessoa e terceirizo a responsabilidade disso, estou invariavelmente optando por não ser feliz. 
Se preciso de outras pessoas para ser feliz, é porque a felicidade nunca esteve aqui comigo. 
E não significa, absolutamente, que não gosto da companhia de outras pessoas ou que queira viver uma vida de solidão. 
O fato de eu saber que não preciso de outras pessoas para viver, não significa que não goste de tê-las por perto. 
É diferente "precisar porque gosta" de "gostar porque precisa". 
Não sou antissocial e nem quero estar sozinho. Adoro companhia. Gosto de sempre estar com amigos. Gosto de ter uma companheira. 
E nada disso significa que em qualquer momento eu precise disso para viver. 
Pessoa nenhuma vive sem o convívio social. É enlouquecedor. 
Ter amigos, família, colegas e quaisquer outros tipos de companhia sempre por perto porque gosta do auê é ótimo. Precisar ter pessoas por perto senão não estará feliz, não.  Tem gente que passa a vida inteira se decepcionando com os "amores", mas não pensa que esperava que viesse de fora o que deveria ter dentro e que, não tendo dentro, não sustentou o fora. 
Mesmo para aqueles que se dizem muito felizes com sua família e que não se imaginam mais vivendo sem seus filhos é basilar que se entenda a visceral necessidade de se bastar em si. 
É poder ficar por longos períodos (e isso são dias, meses ou anos, e não horas) sem precisar de alguém. É chegar em casa, não ter alguém lhe esperando e não achar ruim. 
É ser feliz. 
Independente de outra pessoa. 
Se houvesse essa condição de outra pessoa para ser feliz, quando a família de alguém fosse abruptamente arrancada em uma fatalidade, esta não aguentaria e morreria junto. Não que isso não aconteça em alguns casos. 
Também não haveria pessoas solteiras felizes no mundo. 
Então pense bem daqui para frente sempre que acreditar que precisa de alguém para ser feliz. Aprenda a se bancar e se bastar. 
Aprenda a ser feliz com sua própria companhia e um mundo muito mais firme e consistente se abrirá para você. 
Quando a nossa companhia é suficiente, qualquer lugar é bom, qualquer momento é mágico e qualquer evento pode ser memorável. 
Tanta coisa acontece, tantas oportunidades se desenham, tantos caminhos se abrem que honestamente fica difícil respirar por aparelhos novamente após respirar o ar puro e a tranquilidade que é aceitar-se e saber conviver com seu silêncio ou barulhos próprios. 
Felicidade vem de dentro!



Publicado em: A Tribuna Regional no dia 30.07.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br 

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Não me importo com os outros

Frequentemente converso com pessoas ou as vejo manifestando desdém quanto a opinião alheia.
Muita gente se diz autossuficiente e confiante o bastante para fazer o que quiser e bem entender de sua vida sem precisar do aval de mais ninguém.
“Cuide da sua vida que da minha cuido eu”, é o que dizem.
“Não estou nem aí para o que os outros vão falar ou pensar, o que falam a meu respeito não é verdade e por isso não me atinge”.
O que me revolta nesse tipo de discurso infantil é que algumas pessoas realmente acreditam que não se importam com a opinião alheia.
Não percebem que tudo o que fazem o tempo inteiro desde que começaram a desenvolver consciência está relacionado a aceitação social e ao que os outros vão pensar a seu respeito.
As roupas que veste são diferentes? Se não importasse a opinião dos outros, isso mudaria. Se fosse um eremita haveria preocupação apenas em funcionalidade e conforto, e não com estética e afins.
As convenções sociais são coercitivas e pressionam muito para que seja feito o que é “certo”. Quando alguém se diz diferente, talvez esteja considerando um ou outro aspecto. Viver sem qualquer preocupação com o que os outros pensam é só para autistas, e ainda assim, em grau elevado.
Se você ainda não concorda comigo e se ilude que realmente pode levar uma vida sem se preocupar com a opinião dos outros, e que inclusive o faz com atitudes bem autênticas e nada convencionais, então desafio-o a fazer nudes.
Grave um vídeo erótico ou mesmo pornográfico fazendo sexo.
Tenho certeza que a partir de agora o desconforto começou a tomar conta de você. Então vamos mais longe um pouco, se o gravar por si só já não fosse ruim o suficiente, então agora publique, divulgue e compartilhe esses vídeos e fotos com qualquer pessoa.
Lembra que o argumento era: “não me importo com o que os outros pensam e falam”?
Então... eles estão ávidos por consumir seus vídeos e fotos, compartilhar e comentar com montes de gente, emitir impressões e tecer comentários venenosos. Comentários esses que não fazem a menor diferença para você que não se importa.
Afinal de contas, que olhem mesmo e compartilhem, isso não faz a menor diferença para você de qualquer jeito.
Aliás, poderia até fazer um sanitário de vidro. Que se lixem todos, você não está nem aí para o que vão falar ou pensar mesmo, não é?!
Não é!
Nossas vidas são mais norteadas para o social do que a maioria imagina. Quem estuda antropologia e comportamento humano e social entende que tudo que fazemos é buscar aceitação de algum tipo de grupo.
Então, na próxima vez que você for falar que não se importa com o que os outros pensam, falam ou fazem quanto a suas atitudes, pense e pondere bem. Pois isso não é uma verdade.
Considere que é uma defesa, uma mentira ou mesmo uma desculpa.
Ninguém consegue enganar a si mesmo.
Ninguém consegue enganar a todos por muito tempo.
Se você está tentando se enganar ou enganar os outros de que não se importa com o que pensam e falam, reveja seus conceitos. Ninguém acredita.

Mas... cada um faz com sua vida o que bem entende, apenas saiba que a sociedade está aí e ela não perdoa.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 23.07.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br