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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Finanças




Tradicionalmente, planejamento e finanças são os setores mais difíceis para os empresários brasileiros. Um pouco por cultura e outro pouco por falta de educação desde o ensino fundamental a respeito destes temas. 
Ocorre, entretanto, que quando alguém pretende efetuar algum tipo de gasto, qualquer que seja, independente se um financiamento de 30 anos ou um vale na esquina até a semana que vem, qualquer pessoa responsável e consequente avalia sua capacidade de pagamento. 
Se não fosse assim, sempre que quiséssemos sairíamos comprando desenfreadamente tudo o que nos desse vontade sem sequer avaliar o financeiro. 
O governo durante a administração do PT não levou em consideração que a economia mundial estava em forte aquecimento e que o dinheiro oriundo dessa boa maré não se sustentaria por muito tempo. E planejou suas contas com o que ainda não tinha em caixa. Caixa este que já estava com mais dinheiro do que o habitual. 
A economia voltou ao normal e o Brasil, mais por má administração do que por interações geopolíticas, perdeu espaço econômico no mercado mundial. 
As contas não diminuíram. O governo resolveu que iria distribuir dinheiro para todos, tipo o Silvio Santos em seu programa de auditório, com claros propósitos eleitoreiros. 
Insustentável. 
Hoje o país entrou em colapso. A crise, que é mais política que econômica, veio e está apertando o cinto de muita gente. Sobretudo daqueles que não planejaram e não sabem administrar suas finanças. 
Neste cenário, ficar distribuindo bolsas, comida, gás, propinas, faculdade, incentivo, subsídio, aumentos, concessões, etc., não é viável. 
O governo assumiu um custo monstruoso e como qualquer pessoa que conhece um mínimo de administração financeira entende que  agora não tem como pagar. 
Então veio o Temer com o Meirelles. 
A ideia era de que com outro presidente as inacreditáveis incompetências efetuadas por Dilma cessassem. 
Entretanto nem sempre o que esperamos acontece. 
Ululante que Temer não é pior que Dilma. Não há como ser. Nem Tiririca seria. Mas então um ministro seu anuncia um pacote de aumento nos salários de alguns servidores que gerarão um acréscimo aos cofres públicos de 40 BILHÕES até 2019. 
Pense comigo. Não temos dinheiro. Crise. Mercado global recuando. Dificuldade. E o cara dá aumento de 40 bilhões? 
Quando questionado sobre como será efetuado o pagamento ele afirma que depois vão dar algum jeito. Que isso depois eles veem. 
COMO ASSIM? 
Então eu vou agora mesmo comprar uma Lamborghini e depois vejo como será pago. 
E não para por aí. Não satisfeito em aumentar os custos, ele anunciou e certificou-se de que reduzirá os lucros. 
Informou que vai retirar os incentivos aos empresários que são hoje os únicos que produzem dinheiro no país e que geram empregos e riqueza. 
Toda a nação vive dos empresários. Os serviços públicos recebem salários porque os empresários geram receita em impostos e o governo transforma isso em salário. As pessoas têm empregos porque os empresários instituíram empresas e disponibilizaram vagas pagando o salário que injeta dinheiro no mercado. 
Não toda, mas a maior parte dos recursos circulantes no país hoje é oriunda da classe empresária, ou seja, é a fonte de renda da nação. E esse governo além de aumentar os gastos inconsequentemente, também reduz os ganhos. 
É... realmente está cada dia mais difícil morar no Brasil. 
Não vejo futuro para uma nação onde endemicamente a corrupção, o jeitinho, a preguiça, o menor esforço e o paternalismo valem mais do que a competência e o esforço.


Publicado em: A Tribuna Regional no dia 02.07.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br