Pesquisar este blog

quinta-feira, 16 de março de 2017

O mundo agora

Estava conversando recentemente com um amigo que comercializa publicidade em mídia impressa sobre como o mundo funciona hoje em dia.
É assustador o quanto estamos cada vez mais seletivos no que consumimos.
Pouca gente ainda engole enlatado.
Veja o exemplo da televisão. Netflix impera no mundo. Series que eu escolho estão substituindo novelas burras. Globo morreu. Tv a cabo que há pouco era onipresente hoje já é questionada e revista. O orçamento doméstico está sendo direcionado apenas para o que eu quero.
Lembra do arcaico CD em que comprávamos um porque gostávamos apenas de uma música? Pois é, não existe mais.
Hoje praticamente todo mundo tem um pen drive no carro, o rádio é ouvido estritamente em alguns horários e por algumas pessoas e predominantemente com o fim de obter informação quente e opinião.
Os clientes não querem mais saber de consumir as coisas que os outros enfiam goela abaixo.
Spotify impera nos smartfones. Superplayer e Youtube são os canais que as pessoas usam para ouvir as músicas que querem.
Jornais periódicos não são mais consumidos para saber a informação “quentinha” e sim para ler opinião, entender o que está ocorrendo na sociedade e eventualmente alguma divulgação publicitária ou política.
Informação quente? Online.

Os jornais que não oferecem canais online já foram extintos.
O conteúdo é todo grátis. Hoje tudo é “grátis”. As pessoas hoje não consomem informação se tiverem que pagar por isso.
Em países desenvolvidos, aparelhos telefônicos vem de graça.
Modem já é “brinde” na contratação da banda larga. Antigamente tínhamos que comprar até o aparelho da NET.
O consumo da cauda longa está cada vez mais significativo no faturamento corporativo. E por cauda longa entenda aquele produto ou serviço específico produzido sob demanda para um grupo pequeno.
Hoje o comércio sem glúten, sem lactose, vegano, sem o que quer que seja representa a maior fatia de grandes empresas multinacionais que se especializaram em entregar coisas específicas para clientes específicos.
Ninguém mais quer consumir o genérico. O que é para todos.
As latas de refrigerante tentaram trazendo o nome das pessoas impresso. A Nike oferece tênis personalizado e customizado em seu site.
E tudo isso agora. Hoje!
Experimente não responder seu cliente em tempo aceitável – e por aceitável segundo as pesquisas é 3 dias para e-mail, 2 horas para mensagens de Facebook em horário comercial e 15 minutos em Whatsapp – para ver uma revolta obsessiva em massa acabando com sua empresa no mundo virtual.
Todo mundo empreende no mundo virtual, sem custo e entregando as mais variadas propostas de valor a todo tipo de segmento de clientes. E muita gente ainda acredita no mundo físico e analógico.
Se você ainda não viu, abra seus olhos. Isso não é tendência. Não é futuro. Isso é hoje. É o presente.
O mundo agora é outro.
Não aceita-lo não é opção a não ser que queira viver como um ermitão em uma caverna.
Como brinco com alguns amigos: “aceita que é mais fácil”.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 26.11.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br