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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

“Early adopters”

Você sabe o que é um early adopter?
Esse é um termo utilizado para definir pessoas que aderem rapidamente a novidades.
Existe muitos adeptos dessa prática. Cada vez que lançam um Iphone, um Playstation, um jogo, enfim...
Essas pessoas ficam na fila por mais de uma semana. Querem o novo. Há relatos de gente que acampou quase um mês em frente a estabelecimentos comerciais para garantir o lugar na data de lançamento.
Obviamente que nem todos ali o eram, alguns eram protestantes que queriam comprar para quebrar em frente às câmeras.
Isso não ocorre apenas com produtos. Serviços também são muito cobiçados.
Tudo isso é levado em consideração quando efetua-se pesquisa de mercado antes de empreender. Ou ao menos deveria ser.
Obviamente que há muitos aventureiros na praça que simplesmente resolvem abrir negócio sem sequer entender o mercado.
Em Santo Ângelo temos uma população de early adopters. Quem é mais antigo lembra que há bem pouco tempo os empresários de casas noturnas precisavam anualmente abrir outro ponto em outro lugar para chamar público. As pessoas não queriam mais saber do “velho”. Hoje eles ainda mudam, mas apenas reformam, redecoram, mudam alguma coisa para contentar o povo. E funciona.
Cada novo negócio, diferentemente de muitas outras cidades onde o povo é receoso e primeiro espera para ver no que vai dar e como funciona para só então depois experimentar, é visto com gula pelos santo-angelenses.
É uma curiosidade de brilhar os olhos, uma necessidade, uma ansiedade. Algo que reflete fortemente nas expressões das pessoas ao comentarem.
Pense bem, recentemente abriu uma hamburgueria e todos foram conhecer. Então abriu uma loja de uma grande franquia e dá-lhe movimento. Depois uma sorveteria que até hoje tem filas. Por último, uma sanduicheria e o resultado foi o mesmo, chegando a ter mais de 30 minutos de espera para fazer seu pedido.
Todos sabemos que com o tempo as coisas se ajustam, esses fanáticos por novidade se acalmam ou encontram outra inovação para experimentarem.
Eu particularmente nunca havia me identificado como alguém desse time, até ir morar fora. É um traço bem forte nosso.
O ponto importante de toda essa constatação é sobre mercado, comportamento e negócios.
Muitos preferem se aventurar por águas desconhecidas arriscando toda a carga em um pequeno bote – o que justifica os 60% de fechamento de empresas antes dos 5 anos de vida – a fazer seu dever de casa. Pesquisar mercado, definir público alvo, conhecer a cidade e as pessoas, entender comportamentos e preferências pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de um negócio.
O grupo aqui da cidade detentor de muitas casas noturnas faz isso muito bem. Entende que o público demanda novidades e as oferece sistematicamente.
Evidente que cada caso é um caso e há limitadores. Em minha empresa procuro inovar com novas abordagens ao cliente ou projetos que culminem, ao menos em teoria, em incremento da satisfação.
Se as empresas entendessem isso, estariam sempre ajustando e reinventando-se para atender (ou exceder) a expectativa do cliente.
Claro que isso não se aplica a 100% da população. Alguns conservadores remanescem, mas fica a ideia de que sempre antes de querer navegar é necessário dar uma boa estudada nos mapas cartográficos.

Quem manda são os clientes e o mercado, lembre-se disso.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 09.01.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br