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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Melhor investimento


Pelo título e por eu ser o proprietário de uma imobiliária, provavelmente você deva estar pensando que indicarei um imóvel para investimento como sendo a melhor opção, certo?
Errado!
O melhor investimento que existe no mundo não é comprar imóveis. É investir em pessoas!
Perceber isso foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. É uma aplicação onde se multiplica o retorno diariamente, no curto, no médio e no longo prazo.
Não há qualquer alternativa em nicho algum de mercado que proporcione melhor e maior retorno que pessoas.
Em primeiro lugar, a sua vida melhora. Pessoas que trabalham bem, que crescem, se desenvolvem e tentam ser pessoas melhores, invariavelmente transformarão a sua vida em algo fabuloso. O ambiente de trabalho fica com uma energia diferente, todo mundo vibra na mesma frequência.
Em segundo, pessoas que trabalham felizes entregam melhores resultados e qualificam-se mais. Mais uma vez o investimento retorna multiplicado.
E terceiro: a percepção por parte do cliente é aumentada em níveis profundos e altos.
O desenvolvimento corporativo ocorre em velocidade vertiginosa quando a equipe está alinhada e adere à filosofia e aos valores da empresa.
Recentemente, uma das nossas colaboradoras resolveu empreender. Fizemos um processo seletivo onde mais de 300 pessoas enviaram currículo. Apenas uma foi selecionada.
Qual a percepção do cliente?
O cliente externo não percebeu que era uma colaboradora nova (a não ser nos três primeiros dias, claro). O cliente interno disse que parecia que ela já estava na empresa há um ano.
Esse tipo de retorno justifica fazermos seletivas com 100 candidatos, às seis horas da manhã, em feriados e finais de semana.
Com tanto treinamento e qualificação, sofremos assédio do mercado e muitos colaboradores saem para empresas que melhor remuneram.
E nós adoramos isso. É o mercado reconhecendo nosso bom trabalho. São nossos colaboradores crescendo e evoluindo.
Uma semana depois da saída da empreendedora, outra colaboradora saiu para trabalhar em um banco. Proposta irrecusável.
Saiu com nosso total apoio, mas nos deixou com um grande dilema. Contratar alguém com pressa, visto que há uma colaboradora nova ainda aprendendo a função, e, para piorar, o mais antigo do setor foi cobrir a função da que foi para o banco e também está aprendendo a função?
Ou procurar manter a qualidade e seguir o processo seletivo tal e qual nos propomos mesmo que demore e sabendo que isso refletiria de alguma forma no cliente que ficaria desassistido em alguma situação?
Optamos por seguir nosso rigoroso processo seletivo.
Algumas pessoas reclamaram nas mídias digitais alegando que nosso processo seletivo é arrogante e queremos dar lição de moral.
Contratar por perfil tem disso. Quem não tem perfil e não está alinhado sequer entende a profundidade de tudo que fazemos.
Foram mais 150 currículos para encontrar um rapaz que estivesse alinhado com a nossa filosofia e disposto a se permitir, desenvolver-se profissional e pessoalmente.
O retorno disso é uma empresa com resultado fora dos padrões, orgânica, dinâmica, com proposta de valor clara, ativa e, mais importante, com clientes encantados e cada vez mais satisfeitos.
O processo é infalível? Claro que não. Errar faze parte inclusive do amadurecimento e crescimento da empresa. Mas tomamos alguns cuidados que reduzem esse risco.
Todos que entram estão alinhados? Não. Muita gente na empresa ainda não internalizou a filosofia, todavia cada dia que passa mais gente está aderindo a conduta do resultado.
Definitivamente, a felicidade de uma equipe de alta performance, que encontra eco entre si e percebe que começa a colher em virtude de seus esforços em qualificação, é indescritível.
Investir em pessoas é o melhor e mais rentável investimento que você fará na vida, com retorno eterno.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 18.03.2017
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

Avaliando o imóvel corretamente

Em janeiro de 2017, participei de uma mesa redonda no SECOVI onde um dos temas mais debatidos foi a avaliação de imóveis.
O próprio presidente da instituição manifestou descontentamento com a prática exercida por muitos corretores ou profissionais do ramo que mentem aos seus clientes com o objetivo de garantir alguma exclusividade ou vantagem.
Esses profissionais antiéticos descaradamente enganam quando avaliam o imóvel em questão a um valor muito acima da realidade que o mercado comporta.
Se o imóvel está com exclusividade na imobiliária X, o profissional mau caráter encontra o proprietário e diz que pode ser vendido pelo dobro do valor ou algo do tipo, bem acima do praticado pelo mercado, apenas para captar o imóvel para sua imobiliária.
Então o cliente, ludibriado, acredita na lorota e aumenta o valor de venda.
Isso é comercialmente nocivo por uma série de fatores, entre eles:

  •     Inflaciona os imóveis no mercado com um efeito dominó que invariavelmente é seguido por uma onda de congelamento nas vendas, e quando se trata de imóveis isso pode durar anos;
  •     Deterioração na relação comercial entre os profissionais do ramo e as empresas atuantes em mesmo segmento;
  •     Insatisfação do cliente;
  •     Descredibilização da classe.

Depois disso, ficamos com uma batata quente nas mãos. Precisamos desconstruir um conceito absolutamente fraudulento da consciência do proprietário para que ele nos permita colocar seu imóvel a valor de mercado e então, finalmente, conseguirmos comercializá-lo.
Quando o valor não está adequado o imóvel pode ficar vários anos para ser vendido. E por que vende então depois disso?
Porque depois de vários anos sem ajustar o preço, finalmente o imóvel chega ao valor de mercado.
Quando o preço está correto, o tempo de vendas é de seis meses, no máximo.
Quando está abaixo do valor de mercado a venda é praticamente imediata.
Quando está acima do preço de mercado porque o cliente coloca sua árvore frutífera contabilizando como um fator que agrega valor ao imóvel, isso é apelação.
Negócios são negócios e mesmo que para o proprietário a venda venha com uma carga emocional pesada, mesmo que sua linda pitangueira não tenha sido devidamente valorizada pelos R$ 50.000,00 a mais que ele tinha julgado, ou aquele maravilhoso banhado perfeito para plantar arroz, ou até a linda despensa localizada embaixo da escada que está exatamente no meio da sala de estar, ou o maravilhoso rebaixamento de gesso que custou dois mil mas que vale agora quinze.
O comprador nem sempre valoriza as mesmas coisas que o vendedor e os apegos emocionais de quem vende não procedem nesse tipo de negociação.
Não raro encontramos pessoas que justificam o valor de seu imóvel balizando o que está sendo praticado pelo vizinho.
"Mas meu vizinho ali da quadra de cima está vendendo por dois milhões e o daqui da frente por dois milhões e duzentos".
Quando perguntamos há quanto tempo o imóvel está a venda, a resposta sempre é de dois anos ou mais.
Ou seja, imóvel com valor acima do mercado não vende nem aluga e, se alguém algum dia vendeu ou alugou, é pura exceção e como tal deve ser assim tratada.
É complexo para nós, profissionais da área, quando precisamos avaliar um imóvel e sabemos que os proprietários possuem grande valor sentimental e/ou não querem vender.
Nos deparamos com imóveis superfaturados pelos proprietários justificados pelos mais infundados motivos, como supracitado. E ao mesmo tempo queremos vender ou alugar e para isso precisamos atribuir o preço de mercado, ou seja, preço pelo qual os clientes estariam dispostos a pagar.
Se for diferente disso, não aluga nem vende e o cliente virá nos cobrar por termos precificado errado e ainda não termos feito negócio. Enquanto os vendedores mau caráter acabam negociando pela metade do preço tempos depois alegando excelente oportunidade situacional.
Minha sugestão? Pegue sempre pelo menos quatro opiniões de profissionais com reputação ilibada e experiência de mercado porque no frigir dos ovos, avaliação de imóveis é exatamente isso, entender o que o mercado está disposto a pagar pelo bem naquele momento levando-se em consideração as negociações já efetuadas no mesmo estilo e porte.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 11.03.2017
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br