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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O relho do vereador




Aconteceu um fato pitoresco no interior do estado do Rio Grande do Sul. Coincidentemente foi aqui ao lado de Santo Ângelo.
Duvido muito que alguém não tenha ficado sabendo visto que houve ampla divulgação, tanto na mídia local quanto na nacional.
Um servidor público jovem, ativista e idealista viu que muitos vereadores estavam sem nenhuma cerimônia infringindo a lei em frente a toda população.
Veja bem, não era apenas um vereador, eram vários. Todos fazendo coisas erradas descaradamente como que afrontando a sociedade dizendo: “olhem, eu estou acima da lei e faço o que bem entender e ousem me repreender para verem o que acontece”.
Pois bem, este rapaz ousou. Começou a tirar fotos denunciando as pequenas coisas. Atitudes óbvias e visíveis a todos mas que ninguém tinha coragem de chamar a atenção a público repreendendo os infratores.
Não bastasse o fato desses “meliantes” fazerem a coisa errada, ainda se deram ao trabalho de se ofender quando foram expostos à mídia. E se isso já não fosse absurdo suficiente, sentiram-se no direito de, além de infringirem a lei e sentirem-se acima dela, tomarem para si e de acordo com suas vontades, fazer “justiça” com as próprias mãos. Ou com o próprio relho.
Agora pense um pouco comigo, eu faço coisas erradas e se alguém me expõe eu pego meu relho e surro. Isso é o que? Tempo das cavernas?
O servidor levou uma surra de relho do vereador por ter postado fotos que denunciavam as irregularidades dos vereadores.
Como pode gente assim se eleger?
Em que mundo estamos vivendo?
Não bastasse o cara estar completamente errado no ato da infração, também estava errado ao sair agredindo outra pessoa.
E como se tudo isso já não fosse suficiente para, no mínimo, prender um maníaco desses, ele ainda sai dando entrevista em rede nacional dizendo que o guri estava precisando de uma lição mesmo. Que o que ele fez foi certo, "onde já se viu sair por aí divulgando na internet as coisas erradas que os políticos fazem".
Pose orgulhosa, dando risada debochadamente, peito estufado sabendo que nada iria acontecer e vendendo a ideia de que o que fez foi certo e que o rapaz estava errado.
Sério isso?! Prestem atenção no absurdo que é isso. Pelo amor de Deus, isso é um ultraje.
Mas tchê, esse tipo de ser não pode conviver em sociedade. Eu não sei em que mundo ele vive, mas certamente não é civilizado.
Agora imagina se todo mundo se achasse no direito de fazer coisas erradas e quando fosse repreendido, surrar. Voltaríamos a época dos bárbaros?
Se eu to armado e um cara desses resolve dar uma de machinho pra cima de mim, não penso duas vezes e passo fogo no cara. O desaforo dum loco desses achar que vai sair surrando todo mundo e ninguém vai reagir.
Será que ele pensa que todo mundo vai ficar quieto?
Muita gente me disse: “melhor não escrever sobre isso, vai que esse cara queira te surrar”. Olha que coisa mais sem cabimento isso.
Então eu não posso falar a verdade, comentar e dar minha opinião sobre um fato público por medo do cara que fez todas essas porcarias vir me bater?
Aliás não sei porque o servidor deixou isso acontecer. O vereador sabia onde estava atando o burro. Pega um cara mais estourado já dá um laço nele de pronto.
Não sei como ficou a situação do servidor. Não sei se há algum tipo de ação na justiça. Mas sei que esse cara errou mais vezes do que poderia para ser perdoado e a sociedade não pode deixar por isso mesmo.
Gente assim precisa ser expurgada do convívio social.
Cadeia no mínimo.

Ou algo acontece, ou cadeirantes continuarão apanhando de motoristas ao reclamarem por terem estacionado na vaga e tudo mais que ocorre nesse sentido.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 12.12.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br