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quarta-feira, 17 de julho de 2013

#VEMPRARUA

Junho de 2013, uma data a ser lembrada e “?celebrada?!” por todos durante muito tempo. Finalmente a parte não ignorante da massa deixou de ser passiva e passou a um estágio de indignação ativa. O povo foi para rua protestar e manifestou-se a plenos pulmões em busca do fim de muita coisa errada que ocorre nesse país viciado em assistencialismo.
A população não aguenta mais ficar pagando e trabalhando para a parte vadia do povo viver bem. É um número incontável de bolsas isso e aquilo. A classe média – os efetivamente revoltados de tudo isso – cansou de pagar para os pobres ganharem subsídios até o limiar do surreal. E a classe alta, que sonega imposto, desvia verbas, beneficia-se aqui e ganha ali, nem liga.
Isso já devia estar acontecendo há muito tempo e finalmente os “caras pintadas” resolveram arremangar as mangas, pintar a cara e sair para as ruas. Todo protesto e manifestação nesse sentido é válido e necessário, desde que pacífico.
Agora, um dia antes do quebra-quebra em São Paulo, ouvi um dos maiores formadores de opinião da região missioneira da atualidade fomentar manifestação com violência enquanto ouvia um programa local com entrevistas no rádio, após o meio dia. E na sexta, o caos!
É lastimável ouvir uma pessoa para a qual nutro grande admiração e respeito, não só pela inteligência como por sua articulação, não saber medir suas palavras.
O colega de colunas disse que em alguns casos se faz necessário o vandalismo para que se chame a atenção e obtenha-se o resultado esperado. Ouvir isso me causou refluxo gástrico, pois é o mesmo que quebrar pratos e copos para chamar a atenção do garçom.
Uma manifestação perde o propósito quando invade a liberdade alheia. Policiais foram linchados por tentarem manter a ordem. Polícia essa para a qual os manifestantes pedem contingente maior para sua melhor segurança.
Querem mais polícia para que? Para terem mais gente para espancar?
Nada justifica a bestialidade de prédios pichados, carros e ônibus quebrados, gente espancada, depredações, vandalismos, selvageria, etc.
A parte empolgada olha só para o “lado bom” da manifestação. NÃO EXISTE LADO BOM QUANDO HÁ VIOLÊNCIA! Nenhuma causa vale a vida de uma pessoa que está trabalhando honestamente. Cadê os valores desses hipócritas e demagogos que acham que uma parte pequena (desde quando 10 mil pessoas é uma parte pequena?) não representa a importância de todo o manifesto? Onde estava a parte boa enquanto todo o vandalismo ocorria que não tomou providências para cessar? Os bons então não estavam em tão maior quantidade? Ou não eram tão bons assim?
É só pensar um pouco, se a parte agitadora não era grande, seria fácil para a polícia contê-los.
Nessa mesma primeira parte da catástrofe, a ordem da polícia era para os manifestantes não passarem pelas ruas dos hospitais. Mas a massa ignorou e foi justamente nesses locais, forçando a polícia a tomar medidas drásticas. Sempre digo que um erro não justifica o outro, e esse ato culminou em caos.
Se os manifestantes seguissem na intenção inicial e não se transformassem em arruaceiros descumprindo o que havia sido determinado pela lei e quebrando o código de postura que determina silêncio próximo a hospital e invadindo a esfera de outras pessoas, tudo poderia ser evitado.
Mas não foi ato isolado, a ignorância continuou acontecendo ao longo da semana. Se isso é um perfeito exemplo de indignação ativa e de democracia consciente, não me serve.
Se isso é motivo para ter orgulho, então novamente me envergonho de ser brasileiro.
E ainda, para os que pensam como eu e estão dispostos a mudar a coisa que está toda errada, mas fazendo do jeito certo, #VEMPRARUA e vamos botar a boca no trombone. Sirvamos de exemplo a toda terra. Ajude a reprimir a violência. Nada conquistado por vias falhas merece celebração. Os fins não justificam os meios. Se é pra ser, que seja do jeito certo. Não podemos combater corrupção corrompendo-nos.
E FRIZO: SEM VIOLÊNCIA!

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 22.06.2013 
Editado/corrigido por Thiago Severgnini
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br