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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Obsolescência profissional



“Todo empreendedor é um visionário.”
Frase de Ana Kemper. Uma das tantas pessoas que admiro pela competência, esforço, dedicação, honestidade e seriedade. São exemplos a serem seguidos. Gente que faz!
Concordo com ela. Precisamos ser visionários para fazer as coisas acontecerem. Precisamos enxergar o que outras pessoas não enxergam. Ver anos a frente. Perceber oportunidades onde outras pessoas veem problemas.
Não é fácil, precisamos constantemente  “evangelizar” os colaboradores, os amigos, os parentes, o mercado e o que mais for. Também é difícil pisar no freio e não ficar falando sempre muito do futuro ou as pessoas não acreditam, não entendem ou não acompanham.
Também é necessário termos os pés no chão, afinal de contas apenas ser visionário e viver no futuro não paga as contas e não enche barriga.
Como encontrar a medida certa nessa complexa equação? Como participar e ser bem sucedido em um mercado com esse nível de hostilidade?
Investindo em qualificação. Estudando. Aprendendo. Tentando ser uma pessoa mais capaz e eficaz.
Aqui cito outro exemplo, Fabio Schmitt, que um dia me disse: "estudar, estudar e estudar... esse é o caminho".
Pois bem, aqui estamos nós, empresários empreendedores, nesse sangrento oceano capitalista lutando para nos destacarmos e explicitarmos aos nossos clientes o quão capacitados e qualificados somos.
Mas isso não acontece sem o auxílio de, se não a principal parte, uma das mais importantes de qualquer empresa: o capital humano.
Lugar comum entre os gestores que está cada vez mais difícil encontrar colaboradores eficazes.
Ocorre que as pessoas não querem estudar. Não querem se qualificar. Querem ganhar mais porque acham que produzem mais, quando de fato estão fazendo o feijão com arroz.
Em qualquer negócio, em qualquer ramo, em qualquer cidade, ofereça treinamento fora do horário de trabalho e pague apenas 50% para que haja uma valorização condizente. Depois venha me dizer quantas pessoas aceitaram a proposta.
Caso a aceitação seja positiva, observe por quanto tempo e em quantos cursos.
Perceba que estamos afogados em uma lamacenta cultura assistencialista. Quero ganhar mais mas não quero me qualificar. Acho que sou bom e mereço ganhar mais, mas não quero estudar todas as noites durante alguns anos, nem “perder” finais de semana com a cara enfiada nos livros ou em treinamentos.
Mas quero ganhar mais porque sou bom. Meu perfil é excelente e entrego um resultado diferenciado.
Se seu perfil fosse bom, você estaria permanentemente se qualificando. Sem qualificação necessariamente seu resultado não é satisfatório. Pode ser dentre os piores o menos pior, mas não significa que seja bom.
Mas a empresa não me valoriza, porque vou me qualificar para trabalhar nela? Experimente se qualificar para ver se a empresa não vai lhe reconhecer. E se não o fizer, troque de empresa.
Atualmente no mercado as pessoas “obsolescem-se “ e não querem ser descartadas, e isso é paradoxal pois em tudo, nas próprias vidas que ocorre o mesmo, elas descartam.
Não há esforço e querem ser reconhecidas. Não há visão ou acompanhamento e exigem participação no processo decisório.
Quem não se qualifica não merece trabalhar em empresas qualificadas. Boas empresas demandam bons profissionais. Excelentes empresas demandam excelentes profissionais. Empresas medíocres se contentam com os profissionais que tem. Invista em si, qualifique-se, estude e valorize seu passe, depois assista alegremente os cifrões entrarem em sua conta.
Não foi por acaso que quando assumi a Imobiliária Jaeger troquei 70% das pessoas e também não é por acaso que hoje mais de 50% dos meus colaboradores está estudando. Isso diferencia pessoas e posicionamento.

Não há como ser competitivo com preguiça e má vontade. Ou você acredita e se esforça, ou será substituído por estar obsoleto.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 22.08.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br