Gosto de assistir ao noticiário durante o almoço. Adquiri o hábito por estudar a noite ao longo de muito tempo.
Como esse é um dos canais mais rápidos de se ter uma visão geral da fotografia atual da sociedade a qual pertencemos, considero como um resumo do contexto.

Mais de uma das pessoas que estavam comigo manifestaram insatisfação em ter que ouvir a respeito das atrocidades, crimes, tragédias e outras coisas ruins que todos os dias informam nos meios de comunicação.
Tentei argumentar alegando que o fato de não ouvirmos, não impede que essas coisas aconteçam, mas fui surpreendido com a afirmação de que, se não soubermos, não ficaremos tristes.
Depois disso fiquei "matutando". Mas então, o fato de eu não ler jornais, nem assistir televisão ou ouvir rádio, ou até mesmo me isolar de qualquer canal que possa trazer esse tipo de informação acalentará meu coração no que concerne a tristeza pelos infortúnios ocorridos?
A ignorância não é uma opção. O fato de eu ignorar esses acontecimentos não impedirá que eles ocorram ou tampouco evitará que eles me afetem, nem mesmo indiretamente.

A diferença é que não terei mais o valioso e necessário conhecimento para evitar que isso ocorra comigo.
A alienação quanto ao que ocorre no mundo em que vivemos não é mais admitida na era da globalização. Precisamos estar atentos, vigilantes, cientes e mais ainda, termos uma opinião formada sobre o que recebemos, pois o que faremos com isso será de relevância incomensurável para a sociedade como um todo.
Precisamos abandonar esse tipo de atitude negligente de avestruz, afinal de contas, o buraco nunca protegeu seu corpo.
Eu afirmo que o caminho da felicidade passa, necessariamente, pela verdade, pois defendo que a ignorância não é uma opção na vida daquele que pensa inteligentemente.
Agora, se a busca é por uma fuga da realidade dura, então enganar-se é uma opção a ser considerada com relevância, pois como citei em um texto anterior, as pessoas não estão preparadas para verdade.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 07.07.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa
Escrito por: @rjzucco