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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Liberdade, Igualdade e Fraternidade!




Essa máxima tão fortemente difundida e tão utopicamente defendida existe há anos em nosso mundo com uma bandeira acenada principalmente pelos franceses. Foi o lema da Revolução Francesa. O slogan sobreviveu à revolução, tornando-se o grito de ativistas
Esses três pontos não podem coexistir. Simplesmente não há possibilidade. A condição para um existir é a inexistência do outro.
Bem simples e lhes explico.
Liberdade não existe com igualdade.
Se eu quero ser livre, poder tomar minhas decisões e optar por que caminho seguir e que destino traçar, não posso ser parametrizado como todos os outros. Logo, não posso ser igual.
Isso nos leva à inquestionável conclusão de que para ser livre é necessário que não haja igualdade.
A liberdade respeita a individualidade de cada um, o direito de escolha e de ser diferente e pensar por si, ter opiniões próprias, o indivíduo enquanto indivíduo.
A igualdade segue um viés socialista, do tipo que prefere que todos sejam iguais em condições dignas a ter gente morrendo de fome e passando necessidades enquanto alguns gozam de extremo luxo. Mas não considera a livre escolha e consequentemente a livre iniciativa. Simplesmente atropela a vontade de cada um, forçando que todos ”escolham” a mesma coisa. Assim, aqueles que produzem pouco ou nada, gozam os mesmos benefícios dos que se qualificam mais, produzem mais e se esforçam mais. Nesse contexto, acaba que os que produzem cansam de ver quem não produz ganhar a mesma coisa, e aderem à indolência.
Enfim, igualdade só existe sem liberdade.
Fraternidade:
Se existe igualdade, não há como existir fraternidade pois as diferenças individuais se evidenciam emergindo do mar interno de cada um com o que entregam e o que são para o todo. E isso não agrada quem pensa no contexto, no social e no coletivo.
Se liberdade existe então não há fraternidade, pois mesmo que a liberdade de um vá até onde começar a liberdade do outro, nem todo mundo respeita essa regra.
O ser humano enquanto livre, invariavelmente acaba agredindo de alguma forma seu semelhante.
A liberdade gera uma quebra de limites e um eterno ensaio em águas desconhecidas. Águas que ou já tem dono ou afogam.
Então pense sempre nessas três “premissas” da revolução francesa como algo que não pode ser seguido simplesmente porque é impossível.
Se existe um, então necessariamente não existe outro.
Busquemos a igualdade respeitando a liberdade, ou seja uma parte de liberdade com um pouco de igualdade, mesmo que para isso precisemos abrir mão da igualdade para ter liberdade e da liberdade para ter igualdade. Confuso né?
É, a primeira vez também deu um nó na minha cabeça. Mas para a convivência pacífica, precisamos abrir mão e flexibilizar constantemente, buscando sempre coisas que teoricamente seriam impossíveis de existirem.
Esse é o grande trunfo dessa complexa e inigualável raça humana. A de surpreender a evolução encontrando sempre uma forma de sobreviver e se adaptar.
Sejamos fraternos, fomentemos a liberdade e busquemos uma igualdade meritocrática. Sei que fui meio tosco, mas é mais ou menos na linha de Mises.


Publicado em: A Tribuna Regional no dia 06.02.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br