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quinta-feira, 13 de março de 2014

Vocabulário?!





Ultimamente a mídia tem se esforçado em convencer suas audiências de que o Brasil está lendo mais. Honestamente, acho que isso é mais uma vez a tal da estatística mascarando verdades.
Eles alegam que a venda de livros aumentou. Isso é ululante, se a população aumenta e o percentual de pessoas que lê permanece, a quantidade absoluta aumenta. Mas as pessoas e a mídia atêm-se apenas aos valores absolutos e afirmam falaciosamente que a nação está lendo mais.
Usam também como subsidio embasatório a quantidade de livros vendida. Comprar não significa ler! Posso presentear qualquer pessoa, e não significa que irá sequer retirar da embalagem.
A prova que a população não lê está no vocabulário. E olha que estamos no Rio Grande do sul, um estado que juntamente com o sudeste está entre os com nível cultural mais elevado. Ainda assim é assustadoramente quase impossível encontrar alguém que saiba falar corretamente.
Vou um pouco mais fundo nessa análise. Experimente falar corretamente e veja a cara que as pessoas lhe olham. Não é força de expressão, elas lhe repreendem com o olhar – quando não com palavras – ao ouvirem um “tu vais até a esquina e pegas a primeira à direita”.
Ainda lhe respondem com algo do tipo: “Não seje tão formal cara, cada dia tem menas pessoas se preocupanu com isso, elas podem até tá meia errada e acredito que tejem, mas precisemo relaxar”.
Não é necessário ir muito longe para ouvir qualquer das palavras erradas supracitadas. Ou se adapta e mistura um “tu” (segunda pessoa do singular) com a conjugação do “você” (terceira pessoa do singular), ou lhe chamarão de metido, cheio, arrogante...
Se as pessoas lessem, necessariamente, seus vocabulários seriam melhores, assim como sua capacidade de interpretação, concentração e principalmente criatividade, visto que quando se lê algo, conforme vai seguindo a linha de raciocínio do autor, imagina todo aquele universo em sua mente.
A leitura acrescenta nossa capacidade de raciocínio e comunicação de uma forma tão ampla e positiva que chega a ser difícil a convivência com pessoas que não a praticam. Aqueles que preferem esperar o filme sair por preguiça de ler, jamais serão equiparados aos devoradores de páginas.
Não é por acaso que pessoas bem sucedidas tenham o hábito da leitura, uma coisa puxa a outra.
Tive a felicidade de conviver com algumas pessoas que eram praticamente traças ambulantes e a maneira como se expressavam a respeito de qualquer coisa era fascinante. Desde a referência a respeito de uma temperatura climática até dicas gastronômicas de como se faz uma batata frita.
Qualquer conversa fica mais interessante com quem tem o hábito da leitura. Leia mais e preencha sua mente com conteúdo interessante e útil.
 
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 25.01.2014
  Corrigido por Josiane Brustolin
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br