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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Pai

Cresci ouvindo meu pai ensinar que datas como dia dos pais, dia das mães, dia dos namorados e etc. são comerciais e servem somente para fomentar o comércio. Embora seja verdade que elas aquecem as vendas, no dia dos pais temos apenas uma brisa morna.
E não é porque amamos menos os pais do que as mães ou porque achamos que eles não merecem. Ocorre que a cultura é de que pai impõe limites, encoraja, repreende e recrimina.
Volto a alegar que somos produtos do meio social ao qual estamos inseridos. Nossa sociedade é machista e, consequentemente, aprendemos a ser assim desde que nascemos.
Em uma sociedade com grandes legados patriarcais e predominância da cultura machista, acaba gerando um estereótipo da figura masculina e fazendo com que ela eventualmente não mostre sua face mais doce, faz com que demonstre irresponsabilidade com os filhos e frieza, quando na verdade estão apenas repassando o que aprenderam, de uma forma peculiar, mas repassando.
Isso não significa que não amem tanto quanto as mães, ou zelem, protejam e defendam. Mas no nosso modelo social, tradicionalmente cabe ao pai incentivar as coisas mais perigosas e à mãe acalentar e compreender.
Meu pai nunca foi o que chamaríamos de exemplo em demonstração de sentimentos, mas, depois que cresci, aprendi a entender que debaixo da "casca" havia tanto carinho, amor, zelo, preocupação, afeto e todos os outros bons sentimentos encobertos pela cultura tradicional. Aprendi a ler e entender meu pai e, consequentemente, todos os outros "babões" enrustidos.
Hoje eu percebo que meu pai ensinou-me valores e caráter. Se hoje sou honesto, reto e direito, é porque tive um bom exemplo em casa. Com ele, aprendi a ser forte, corajoso, estudioso. Com ele, aprendi a escrever e desenhar.
Entendi - mediante suas demonstrações e lições práticas - o peso das escolhas e das decisões, o quanto um olhar e uma palavra significam, quanto o silêncio pode falar.
Não tenho dúvidas do amor de meu pai e creio que ele também não tenha do meu. Sinto orgulho em poder dizer, sem medo e de cara limpa, que sou filho do Seu Zucco da Imobiliária Jaeger.
Tenho convicção que os companheiros de Rotary, amigos, familiares e conhecidos concordam comigo e, na verdade, isso não é nada diferente da grande maioria dos filhos que tem o pai como exemplo norteador. O herói particular. A figura basilar da família. A referência como pessoa.
Amo meu pai cada dia mais. Surpreendo-me e admiro-o progressiva e positivamente e acredito que muitos filhos compartilham deste sentimento.
Gostaria de aproveitar essa data comemorativa, especial, para dizer ao meu pai, mas representando todos os filhos e direcionado à todos os pais o seguinte: Pai, eu te amo! Obrigado por tudo. Se hoje sou alguém e tenho méritos e qualidades, tenha certeza que foram inspiradas em ti. Espero ser para meus filhos pelo menos igual és para mim.
Feliz dia dos pais!



Publicado em: A Tribuna Regional no dia 11.08.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa
Escrito por:  @rjzucco