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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Respeito à Opinião Alheia




Sempre que escrevo procuro instigar meus leitores de alguma forma. Pensar “fora da caixa”; observar algo que normalmente passa despercebido; provocar para ver se alguém que pensa diferente venha me prestigiar com argumentos coerentes e convincentes, bons a ponto de me fazerem trocar do opinião, ou mesmo deixar uma mensagem de encorajamento e incentivo.
Aqueles que acompanham o que escrevo há mais tempo, já sabem como costumo fazê-lo, e normalmente gostam. Para poucos sou indiferente. Ou gostam muito, ou odeiam.
Muitas vezes ouvi alguém dizer: “Tem certeza que vai publicar isso? As pessoas podem não gostar e vão te criticar”.
Se cada vez que eu fosse escrever algo me preocupasse em não receber críticas, falaria apenas sobre o trivial e não precisaria pensar.
Quando enviei, recebi uma advertência: Vão criticar teu texto! Eu disse que tudo bem, afinal de contas as pessoas não precisam pensar igual a mim ou concordar com o que penso. Não tenho problema algum com ataques a qualquer opinião que eu tenha proferido.
Acontece que as pessoas estão num mundo imaginário absurdo. Ou os outros pensam como elas querem, ou não podem pensar. É proibido existir caso as idéias sejam singulares.
Felizmente há no mundo pessoas que vão contra esse tipo de comportamento, defendendo seu direito a manifestação de ideia.
Fui crucificado por pensar diferente. As pessoas nem usaram meias palavras, proibiram-me de pensar assim, decretando que estava errado e pronto. Que ou eu deveria mudar minha maneira de pensar, ou procurar tratamento. Em caso de não fazer qualquer das duas, então que fosse linchado em praça pública.
Veja bem, isso é grave. Não apenas as ofensas pessoais e as ameaças. O que preocupa é não poder ter ideias próprias. Nas discussões, a maioria dos seres não queriam expor suas ideias, mas desqualificar a minha. Não queriam me convencer de seus pontos de vista, mas desmoralizar o meu.
É assustador saber que os que convivem “harmonicamente” em sociedade, na primeira oportunidade vão à forra e sem piedade recriminam, condenam, ofendem e fazem bullying.
E não paramos por aí, segundo muita gente, eu não deveria nem ter tido esse tipo de ideia, e por tê-lo, estava fadado a exclusão para todo o sempre, sem chance de redenção.
“Sustentar uma posição utilizando as palavras “machista” e “conservadora”, cria feridas sociais”, como disse o Eduardo Matzembacher. Além das ofensas pessoais, que certamente não acrescentam em nada e muito menos persuadem alguém a pensar diferente.
O Danilo Branco falou bem quando disse: “A primeira pessoa a pular fora das idéias sociais enlatadas é sempre a primeira a ser apedrejada. E apedrejada por quem fabricou a lata, óbvio.”
Adoro que discordem de mim com coerência e embasamento, essas são as melhores discussões. A cereja do bolo em cada texto que escrevo. Mas para isso preciso estar aberto a opiniões diferentes.
O mundo que eu vi recentemente não permite pensar. Ou se engole o que todo mundo está consumindo, ou aceita a fogueira. E para esse mundo, grito a plenos pulmões: ACENDAM O FOGO!
Pois não vou parar.


Publicado em: A Tribuna Regional no dia 21.12.2013

  Corrigido por Josiane Brustolin
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br