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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Geração sem foco

Em um texto anterior mencionei sobre a nova geração e como eles conseguem efetuar muitas coisas ao mesmo tempo. São maravilhosamente multitarefas. Conseguem absorver informações de muitos canais ao mesmo tempo, e de vários tipos.
O problema desse comportamento é o efeito colateral. Quem abraça muitas tarefas ao mesmo tempo acaba ou não encerrando nenhuma, ou quando o faz, peca fortemente em qualidade.
Percebo que a maioria dos jovens atualmente tem uma resistência preocupante com responsabilidade, persistência, continuidade e determinação. Isso faz com que as gerações anteriores mantenham-se no comando.
Como posso confiar em um funcionário que não se compromete? De que adianta ter alguém que é proativo apenas no que lhe interessa?
Quando se fala em profissionalismo, significa efetuar bem sua função. Isso implica em terminar uma tarefa iniciada, ser responsável em todos os sentidos, ter persistência mesmo nas adversidades, dar continuidade às empreitadas profissionais e demonstrar com atitudes sua determinação. Há carência por jovens que persistam e vistam a camiseta.
A geração mais nova só quer saber de empreender, mesmo sem conhecimento algum. Querem ser donos do próprio negócio, mas sequer conseguem administrar satisfatoriamente as finanças particulares.
Quando trabalham em algum lugar, basta receberem alguma tarefa que não lhes agrade e prontamente já se desmotivam começando a procurar outro local de trabalho.
Com esse tipo de comportamento, ao invés de ganharem experiência, estão maculando suas carteiras de trabalho e informando aos novos empregadores toda sua potencial instabilidade e despreparo profissional.
Obviamente existem jovens responsáveis e determinados no mercado, mas certamente nenhum desempregado. Ao menos não por um período maior que uma semana. Esse tipo constrói carreira na empresa que estiver.
Há ainda os fatores arrogância e soberba. A maioria da nova geração acha que aprende tudo mais rápido, que sabe mais sobre todos os assuntos e principalmente que consegue fazer mais, melhor e em maior quantidade que os “tiozões”. Basta experimentar ensinar algo para essa trupe pela segunda vez, ou cobrar algo que não ficou bem feito para perceber uma nada discreta reprovação.
Isso explica porque os jovens atuais não conseguem emprego facilmente ou não os mantém quando o fazem. Explica também porque para eles os salários não são os melhores do mercado, e por que os mais antigos tem sempre vaga cativa em funções importantes.
Funções que pagam bem requerem não só experiência e maturidade, mas responsabilidade, determinação e comprometimento. Isso tem um custo e é muito valorizado no mercado de trabalho. Fica a dica para os jovens: ou vocês percebem isso ou continuarão assistindo os “tios” ocuparem seus almejados lugares.
 
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 19.10.2013

Editado/corrigido por Josiane Brustolin
@rjzucco
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