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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Valores errados II

Tenho muitos conhecidos e amigos que trabalham na área da pedagogia, e a reclamação recorrente de todos, principalmente quanto aos alunos mais novos, é a de que as crianças não têm limites.
Tomemos como exemplo a professora que colocou uma fita adesiva na boca de um aluno recentemente e que foi amplamente divulgado pela mídia como uma atrocidade, algo absurdo e incrivelmente fora de qualquer valor.
Não quero defender a tal professora. Acho que a atitude é condenável e estava errada. Mas a escola é lugar para ensinar conteúdo, onde as crianças aprendem a conviver em sociedade, que a liberdade de um termina onde começa a de outro, que a outra criança também é uma pessoa e como tal merece respeito. Se os professores tiverem que ensinar valores, limites, educação, respeito, etc., então estes estarão fazendo o papel dos pais.
O que ocorre hoje é que crianças são colocadas no mundo e aqueles que deveriam ser responsáveis por elas, não querem saber de preocupar-se em educar. Trabalham fora o dia todo deixando os filhos com babás – que sabe-se lá quais são os valores ou os padrões de moral e caráter – ou em escolinhas. Nesses locais, por mais que os profissionais se esforcem, estão limitados a sua função, e nela não está incluso a formação dos valores da criança como indivíduo.
A máxima “educação se aprende em casa” nunca deixou de existir. Então vem uma criança mal educada; acreditando ter o rei na barriga; oriunda de uma família onde os pais são ausentes e não querem ajustar seu precioso tempo para passar os valores corretos aos seus filhos; atrapalha a aula; prejudica os colegas; e faz um professor sendo este despreparado ou experiente tapar a boca desse mal criado e insolente aluno com fita adesiva. Pronto! Está feito o circo.
Mas o pior não é isso. A grande desgraça está, ainda e novamente, na postura e atitude dos pais, que com deslavada cara de pau se dirigem até a instituição para cobrar dos professores que levantaram a voz para seu “precioso” e “santinho” filhinho, uma atitude correta.
Ora façam-me o favor. Se os pais são frouxos o suficiente para omitirem-se na educação em casa, então ao menos colaborem na hora em que outra pessoa tem o caráter e a coragem de preencher essa lacuna na vida dessa desencaminhada criança. Tenham discernimento e pensem na sociedade. Pensem nos filhos dos outros que possuem pais preocupados em passar valores corretos.
Tenho refluxo gástrico quando fico sabendo desses desqualificados pais modernos que não sabem como educar seus próprios filhos em casa e querem cobrar uma educação e valores que nem eles sabem passar, dos mal pagos e marginalizados professores.
A função de educar é e sempre será da família e dos pais. Educação vem de casa!

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 01.06.2013 
Editado/corrigido por Ana Leticia Silva
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br