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quinta-feira, 6 de março de 2014

Comunicação – o mal dos relacionamentos.





Tenho um primo que evangeliza sempre contra os relacionamentos. Não porque quer que as pessoas vivam solteiras ou sozinhas, mas porque entende que nenhum relacionamento tem futuro, visto que não duram quase nada.
A teoria dele tem forte sustentação estatística, já que ele mostra em números (até gráficos) que sempre quando o par resolve casar e/ou morar junto, inicia o fim. E que daí para frente é só tristeza.
Para mim é claro o motivo. A falha está na comunicação ineficaz, ou melhor, na falta de comunicação.
Funciona assim, quando se inicia um relacionamento, as pessoas querem conquistar; convencer; envolver, então acabam relevando algumas coisas e omitindo muitas outras.
Acontece que conforme o tempo vai passando, a convivência aumenta, então aquelas pequenas coisas que foram cedidas e relevadas no início como barganha para lograr alguma facilidade de aproximação ou vantagem, agora são um incômodo bem grave e tendem a agir de forma purulenta infeccionando o relacionamento de dentro para fora tal qual um câncer galopante até chegar o momento de desapego.
E sabe por que tudo isso acontece? Porque normalmente as pessoas não possuem a coragem necessária para serem francas, diretas, sinceras e honestas como gostariam e deveriam por medo de afastarem seus pares.
Vou citar um exemplo clássico: Inicio de namoro, preferência da namorada, abandono do happy hour com os amigos, afinal de contas o sexo é muito mais prazeroso e importante. Depois de alguns meses, renegociar o tal do bar está fora de cogitação, afinal foi uma cláusula aceita do início do contrato, mas raciocine comigo, imagine quão simples seria se ao invés de guardar toda essa frustração decorrente de decisões erradas as pessoas soubessem conversar? Ou melhor ainda, e se desde o início já houvesse espaço para diálogo aberto, colocando os interesses e preocupações, com todas as cartas na mesa?
Essa seria não só uma boa solução, mas também a fórmula mágica utilizada em relacionamentos duradouros. Ou você acha que bodas do que quer que seja acontecem hoje em dia por comodismo? Relacionamentos de sucesso dialogam, negociam, conversam, tem coragem de expor seus sentimentos e suas vontades, e sabem compreender a vontade do par.
Meu objetivo com esse texto vai além de apenas querer expor meu ponto de vista. A outra intenção é fomentar uma pontinha de interesse e curiosidade nas pessoas que o lerem a fim de incitá-los a tentar dialogar dentro do relacionamento com o mesmo desprendimento que o fazem com amigos.
Meu círculo de amizades recorrentemente impressiona-se com a maneira como eu e minha excelentíssima somos francos entre nós, principalmente por constatarem a positividade do resultado.
Sempre que “entrevisto” os atores de relacionamentos falidos, a resposta é a mesma. A expectativa era uma e a prática foi outra; falta de entendimento e compreensão; falta de diálogo.
Se a solução é tão simples, deve ser fácil executá-la, certo? Errado! Primeiro passo entender e aceitar, segundo passo colocar em prática, e entre esses dois há um universo de possibilidades. Mas se os atores não tiverem coragem, então se contentem com o conformismo morno e quotidiano dos relacionamentos falidos, pois se você não está disposto a conversar sinceramente com seu par, também não está pronto para um relacionamento duradouro!
 
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 18.01.2014
  Corrigido por Josiane Brustolin
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br