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sábado, 30 de abril de 2011

Por que você não responde?


A maioria das pessoas, ressalvadas apenas uma miserável exceção, não respondem, objetivamentem, a pergunta que lhe é feita. Estão acostumadas a responder outra coisa. Perguntamos algo onde a resposta seria sim ou não, e obtemos outra pergunta ou uma resposta que não responde a pergunta efetuada.
Isso ocorre na maior parte das vezes pelas mulheres. Por exemplo: Se eu pergunto a uma mulher se ela quer sair, o que ela responde? Quantas mulheres você conhece que responde sim ou não? A pergunta é fechada, a resposta é objetiva. É tão simples! Por que diabos a pessoa insiste em dar outra resposta?
Normalmente o que recebemos em troca é algo do tipo, Onde?; Quem vai?; Quanto é?; Quando?; O que vai ter lá?; Tenho aula amanhã e não posso beber, mas to super afim de sair.; Estava me programando mesmo, preciso beber, mas ando sem grana.; etc.
Agora pergunto, alguma dessas respostas de fato responde? Seria tão simples utilizar um breve sim ou não. Alguns dizem que isso é uma forma de fazer charme, outros dizem que dependem de mais informações para decidir. Tudo bem, no exemplo supracitado até temos margem para esse argumento. Mas e em todas as outras perguntas objetivas, o que ocorre com os sonegados sim e não? Eles ficam marginalizados e sucumbem ao limbo.
Depois perguntam por que homens se enfurecem ao tentar um diálogo com algumas pessoas. Isso pra você é diálogo? E o pior é que não para por aí. Ainda nessa linha de raciocínio neurolinguístico, temos as frases negativas que os brasileiros estão tão acostumados a utilizar, como: Você não quer mais suco?; Não vai almoçar?; Não vamos sair?;  Não quer mais um chimarrão?; Não quer entrar para tomar uma xícara de café?
As pessoas que convivem comigo ficam brabas porque eu as respondo corretamente. Se eu quero tomar outro chimarrão, respondo a pergunta acima com um não, e pego a cuia. Os mais acostumados já reagem bem às perguntas. Exemplo: Não vai ficar? Sim. Vai onde? Para casa.
O que ninguém percebe é como carregamos negativamente nossos diálogos em ambos os casos, pois em não respondendo uma pergunta objetiva, objetivamente, força-se a repetir a pergunta, responder outras perguntas, perguntar de outra forma, até que o resultado seja satisfatório ou se desista. O fato de falarmos negando, carregando tudo com não, envia mensagens subliminares diretamente ao nosso inconsciente, e elas são negativas.
Por que falar não posso esquecer? Qual o problema em utilizar o preciso lembrar? Treine seu cérebro a pensar positivamente. Afirmativamente. Objetivamente. Produtivamente. Os “humanos” tem capacidade de se comunicarem melhor do que fazem hoje, basta que comecem a aproveitar mais sabiamente o pouco que utilizam de seus cérebros.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 05.05.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa
Escrito por:  @rjzucco