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sexta-feira, 8 de março de 2013

Orgulho de ser brasileiro ?




Andei questionando recentemente algumas pessoas quanto ao orgulho de ser brasileiro e para minha surpresa pouca gente disse que o tinha. Isso é um bom sinal! Ou indica que estou sabendo escolher meus amigos ou que o povo gaúcho é realmente diferenciado.
Os poucos que tinham, exaltaram as belezas naturais e a alegria do povo. Mas pasmem! Isso não é motivo para se ter orgulho de ser brasileiro. O fato de morarmos em um lugar bonito não nos torna pessoas melhores nem transforma nosso sentimento pela nação em algo realmente honesto.
Alguns disseram que tinham mais orgulho em ser gaúcho do que ser brasileiro. Mas depois de mais uns cinco minutos de conversa a conclusão era a de que isso acontecia porque o gaúcho é mais trabalhador e aguerrido e onde quer que vá, produz. Trocando em miúdos, as pessoas têm orgulho do gaúcho por ele ser o burro de carga do Brasil. O peão que produz para a nação, mas isso é para outro texto.
Ato contínuo seguimos as deliberações quanto ao orgulho de ser brasileiro. E se pararmos para analisar, de fato não há motivo. Brasileiro é palhaço, é idiota. É enrolado por todo mundo, paga uma taxa tributária insana e está sempre rindo e fazendo festa. Com o jeitinho brasileiro, tudo acaba em risada e carnaval.
Arcamos com uma das maiores cargas tributárias do mundo e não recebemos o retorno condizente. Saúde, educação, segurança, saneamento básico, pavimentações, atendimento ao público, justiça, políticos, esportes, deficientes, transporte público, tecnologia, etc. Tudo sucateado e incomensuravelmente aquém do que pagamos.
Orgulho de nossa cultura? Que cultura? A herdada de outros países? Ah então é orgulho da cultura dos outros países? Não! A cultura nativa, a indígena. Hummm, os índios marginalizados? A cultura aquela que cuspimos em cima e que não damos bola e sequer sabemos como é?
Ou quem sabe orgulho da nossa música sertaneja, pagode, samba e funk? Sim, pois o Brasil é amplamente dominado por esses quatro estilos, com ritmos e melodias vergonhosos, sem falar da letra. Podem chamar-me de preconceituoso, mas música com pouca informação não me serve, e se tiver dereê ou algo que o valha é sumariamente descartado.
Pagamos cinco vezes o valor de um carro, até doze vezes o valor de um jogo e em alguns componentes eletrônicos chegamos a absurdos muito maiores. Não adianta colocar a culpa só na política, mesmo porque é inegável, queiramos ou não o político É um espaço amostral do povo e sendo assim, nos representa condizentemente.
Está tudo errado, a televisão aberta mostra a cara do Brasil, o Ratinho é a cara, o Faustão também, Silvio Santos e Márcia são. Isso é o que a nação pede, é o que o povo alienado gosta de assistir. O povo clama por programas cerebralmente debilitantes como Big Brother. Essa é a cara da nossa nação!
E você ainda tem a coragem de dizer que tem orgulho de ser brasileiro?
Eu tenho vergonha de ser brasileiro!

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 09.02.2013
Editado/corrigido por Patrick Heinz
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

3 comentários:

  1. Rodrigo Zucco, colunista do jornal A Tribuna Regional escreveu recentemente um texto intitulado: “Orgulho de ser brasileiro?”. Narra o colunista, que andou perguntando às pessoas sobre o orgulho de ser brasileiro e que pouca gente respondeu afirmativamente à sua indagação. Afirma que isso é um bom sinal e conclui que “OU ESTOU SABENDO ESCOLHER MEUS AMIGOS OU O POVO GAÚCHO É REALMENTE DIFERENCIADO”. Quanto ao povo gaúcho, não tenho dúvidas, somos realmente diferenciados. Nem melhores, nem piores que outros apenas diferenciados. Quanto à escolher seus amigos por terem orgulho de ser brasileiros ou não, isso soa no mínimo como pretensão do ilustre escritor. Não entendo (desculpem a minha burrice), como alguém se acha tão importante a ponto de “escolher” para amigos somente aqueles que tem vergonha de ser brasileiros. Que condição estranha é essa, para desfrutar de uma amizade?? Será que eu li isso mesmo?? Ou entendi tudo errado?
    Devo ter entendido tudo errado mesmo, pois prosseguindo na leitura do texto, o colunista me esclarece ao me informar/afirmar,que “TODO BRASILEIRO É PALHAÇO, É IDIOTA. Como eu sou brasileiro, fica claro o motivo de eu entender tudo errado. Talvez a “boa” intenção do escritor seja apenas alertar para a realidade do país. O IDIOTA E PALHAÇO aqui é que entendeu tudo errado, embora a minha idiotice insista em pensar que existem formas melhores e mais suaves de me dirigir às pessoas.
    Não sei o que faço com essa minha idiotice, porque ela fica castigando meus pensamentos e até chega a insinuar que quando um jornal entrega a responsabilidade de uma coluna a imbecis, está visivelmente desrespeitando seus leitores. E quando o “imbecil” se dirige aos leitores com termos ofensivos, IDIOTAS como eu se acham no direito de reclamar e responder. A imbecilidade não é uma marca do colunista. Tenho lido suas colunas e sempre me pareceram lúcidas, divertidas e corretas. Portanto, antes que alguém pense que estou ofendendo, deixo claro, que os imbecis a que me refiro estão nas mais diversas redações e colunas de jornais de todo o mundo. Volto a dizer: Não reconheço no colunista a “imbecilidade” que já vi em outros jornais. E essa minha manifestação nada mais é do que vontade de escrever alguma coisa. Infelizmente, para o colunista, estou tendo um ataque de lucidez ou loucura(vai saber).
    Mas prosseguindo, depois de discorrer sobre os mais diversos motivos para que não tenhamos orgulho de ser brasileiros, Rodrigo Zucco conclui sua coluna afirmando categoricamente “EU TENHO VERGONHA DE SER BRASILEIRO!”.
    Aí, lá vem a minha idiotice provocar e dizer que entendo todos os motivos do colunista, MAS, sempre tem um MAS, gostaria de lembrá-lo que esse país, até onde eu saiba( como sou idiota e palhaço provavelmente não sei nada) tem as suas fronteiras abertas. Ninguém é obrigado a nele permanecer, podendo viajar ou ir residir no exterior no momento em que tiver vontade. (E sair do meio dos IDIOTAS E PALHAÇOS, porque isso pode ser contagioso). Somente IDIOTAS, permanecem num lugar que não gostam, do qual se envergonham, então é melhor ir depressa, ir rápido, porque quanto antes for, menos risco corre de ser contagiado por “essa gente”.
    A gente faz escolhas na vida, e ninguém tem o direito de julgar as escolhas. Cada um que agüente as conseqüências. Se um povo escolhe ser feliz, apesar de tudo que acontece no país, não sou eu que posso afirmar se o povo está certo ou errado. Se um povo escolhe ser PALHAÇO ou IDIOTA, a mim só resta aceitar ou ir embora. Se me considero melhor que esse povo, não mereço estar no meio dele. A ÚNICA OBRIGAÇÃO DA GENTE, É SER FELIZ, SENDO PALHAÇO, IDIOTA OU IMBECIL. Mas isso são apenas considerações de um IDIOTA E PALHAÇO, que adora ser brasileiro.
    Cezar Augusto Jardim Zaltron

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  2. Antes de mais nada gostaria de agradecer ao leitor Cezar Augusto Jardim Zaltron por ter se dado ao trabalho de ler e em não concordando com minha opinião, prestar-se a publicar uma réplica – bem escrita – quanto ao texto “ORGULHO DE SER BRASILEIRO?”. Gostaria de aproveitar a oportunidade e encorajar a todos que me leem e que não concordam a fazerem o mesmo.
    Tomo sempre o cuidado de refletir em cada crítica, rever meus conceitos e analisar a opinião. Incontáveis vezes mudei de ideia e gosto muito quando acontece. Critiquem, isso engrandece.
    Agora quanto a crítica específica do supracitado leitor, peço vênia para tréplica.
    Prezado Cezar, eu não disse que escolhia meus amigos levando em consideração seus orgulhos. Considero a condução dessa linha de raciocínio e essa tentativa tendenciosa de convencer os leitores de sua réplica que eu assumi certas posturas baseado em suposições subliminares assumidas como verdade, pejorativamente austeras.
    Essa indução conduz os leitores a acompanharem uma linha de raciocínio que não é minha, que eu não assumi, ensejei ou subentendi, mas que foi considerada como base para seus argumentos – os quais não fazem parte do que penso. Escolho meus amigos pelo que pensam, pelos seus valores, pelo seu caráter. Escolho sim meus amigos e considero isso socialmente salutar.
    Dito isso e nesse ponto asseguro-lhe, entendeu errado por não ater-se ao que escrevi e sim ao que pensava que eu queria dizer com o que escrevi. Talvez em uma interpretação mais literal não houvesse desvirtuado a linha interpretativa.
    O segundo argumento, e este explicitamente falacioso, de que escrevi que “TODO BRASILEIRO É PALHAÇO E IDIOTA”. Não o fiz. O substantivo “todo” que foi acrescido à frase não é de minha autoria. Mesmo porque estaria sendo desrespeitoso com a totalidade, inclusive os que respeito e admiro. E não é o caso!
    Reforço aqui a tentativa do replicante em descredibilizar os argumentos e quanto a isso não ofereço qualquer oposição, repudio a apenas fazê-lo sustentando-se em argumentos que não são meus, e ainda, com pequenos e isolados trechos de um texto o qual segue toda uma linha de raciocínio. Mais ou menos a técnica utilizada por ateus para desacreditarem a bíblia com os ignorantes.
    Não foi direcionada a “ofensa” a qual o replicante fez questão em enquadrar-se. Além do que, idiota (grego idiotês, -ou, pessoa privada, indivíduo, homem comum, plebeu, leigo numa profissão, ignorante) e palhaço (Arlequim, saltimbanco, bobo) foram cautelosamente escolhidos para chocar e não ofender, ao contrário de seus argumentos.
    Não é simples sair de um país e ir para outro. Para que isso ocorra há um mar burocrático de direito internacional e de necessidade financeira. O argumento de que nasci aqui e então tenho que orgulhar-me e aceitar é absurda. Então quem nasce na escravidão também? Quem nasce na fome? Quem nasce na violência? isso, então pequei muito em avaliação acreditando estar interagindo com alguém que também não se conforma com o que está errado. Eu prego que devemos lutar para sermos cada vez melhores e principalmente, para ensejarmos tantas pessoas quanto possível a também fazerem.
    Se para muitos a única obrigação é ser feliz, depois da fase infantil, então eles certamente não farão parte de meu círculo de amizade. Para mim há muito mais obrigações. Ser alguém cada vez melhor para mim e para todos a quem eu puder chegar é uma delas. Promover a melhoria de tudo e todos que eu puder em tantos canais quanto eu conseguir também, entre outras.
    Espero ter dado uma resposta a altura de sua expectativa assim como espero também não ter sido desrespeitoso ou mesmo tê-lo desencorajado a manter esse ímpeto questionador pois é esse tipo de confronto de ideias que me faz rever e refletir conceitos.

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  3. Não precisamos aceitar o que somos ou onde estamos e temos o direito de mesmo não gostando ou concordando não conseguirmos sair e ainda assim permanecermos tentando sermos melhores e mais felizes.
    Considero também demasiadamente ácido rotular idiotice e palhaçada como doença contagiosa.
    Uma mente forte, com ideias coerentes, valores sólidos e caráter inquestionável não se corrompe com o meio em que vive. E não é por eu ter vergonha que perdi a humanidade e o amor ao próximo. Não propagandeio aos quatro cantos o que faço para melhorar o país em que vivo e não pretendo fazê-lo. Não faço por publicidade, faço por acreditar nas ações. Faço minha parte e isso basta como resposta nesse instante, mas caso queira participar, será bem vindo no projeto. A revolta e a inconformidade é o que move a maioria dos participantes.
    Envergonho-me do povo que elege um representante analfabeto para criar leis que regerão toda uma nação, que elegem um palhaço como “protesto”. Não há como negar, os políticos são uma amostra do povo, e se eu não gosto da amostra do povo, consequentemente, envergonho-me do povo. Envergonho-me das pessoas que dizem adorar nossa cultura e sequer saberem o que é um curupira, de onde vem ou o que significa. Envergonho-me da massa ouvindo funks mais depravados do que falas de filmes pornográficos. Envergonho-me de músicas com três notas musicais que falam sobre traição e promiscuidade serem consideradas o suprassumo da maravilhosa cultura nacional.
    E se EU tenho vergonha disso, estou no meu direito. E se outras pessoas acham isso o máximo, acham certo e acreditam que isso está bom e deve continuar sendo assim, então também envergonho-me delas.
    Quanto a não termos o direito de julgar, sem ofender gostaria de discordar informando que isso é impossível. Julgamos tudo o tempo todo. Não só temos o direito como fazemos. Já escrevi sobre isso. http://rodrigozucco.blogspot.com.br/2012/09/nao-julgar.html
    Eu não só não tenho que aceitar que o povo seja alienado e ignorante como não faço e jamais farei enquanto puder. Luto para que todos sejam cada vez melhores e alimento minha intransigência em conformar-me com o nível sócio-intelecto-cultural raso.
    Agora se realmente sua crença é a de que se deve aceitar que um povo continue sendo pobre em muitos aspectos, e que é obrigado a aceitar

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