Pesquisar este blog

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Valores Errados III




Então um maconheirinho é pego pitando seu baseado dentro de uma instituição federal de ensino, é preso, depois de revistado encontram mais outra quantidade - suficiente para configurar tráfico de drogas – em seu bolso, e os colegas resolvem protestar contra a polícia.
Pasmem, agora combater o tráfico é errado? E não me venham com argumentos rasos do tipo “tem muito crime mais importante para cuidar do que ficar prendendo alguém que só está fumando seu baseadinho na paz sem fazer mal para ninguém”.
Então o estudante não tem dinheiro para pagar uma faculdade particular, mas consegue financiar o crime mediante consumo de drogas?
Sou só eu que estou vendo valores errados nessa situação? Tá na lei que não pode fumar maconha, daí o cara vai lá e consome, e todo mundo protesta e critica a polícia?
É tipo aquele outro caso em que pegaram um meliante roubando, daí o elemento tentou fugir e foi morto pela polícia, e a população da mesma favela que estava sendo roubada protestou contra os policiais, quebrando viatura e tudo.
Espera aí, algo se perdeu no meio dessa bagunça toda e eu não estou entendendo mais nada. Os valores estão todos errados.
A manobra incansável para fazer a polícia ser vista como vilã, pelo jeito, finalmente foi bem sucedida. O povo de tanto receber tudo do governo, agora além de não trabalhar também não quer mais seguir regra alguma, entendeu que virou tudo uma festa da uva, mas daquelas sem qualquer organização.
O personagem central desse bafafá todo, só pra esclarecer, não estava na dita instituição para fins de estudo? Se sim, pois então vá e estude! Eu, enquanto cidadão contribuinte, não pago meus impostos para drogaditos ficarem “viajando” no campus.
Muito menos para aceitar protesto de sua turminha quanto à permissividade desse tipo de conduta, que, retificando, é ilegal. Ah, e imoral também!
O superintendente da Polícia Federal disse: “não temos compromisso algum com a falta de "pulso firme" dela. Autonomia universitária não deve ser confundida com libertinagem. É sabido que a universidade é um antro de crimes. E a reitora quer transformar a universidade numa república de maconheiros.”
Isso significa que não eram apenas os alunos, mas a própria reitora e inclusive uma professora – que subiu no carro depredado e gritou que ninguém deveria sair – que estão a favor dessa libertinagem toda. E aqui volto a afirmar, o problema do Brasil é falta de educação.
Universidade é lugar de estudar, não de fumar maconha. Quer fumar, deixa a vaga para quem quer estudar e vai perder tempo em outras vizinhanças.
Estou em campanha por resgate de valores corretos, e aplico isso com meus amigos, minha família e minha empresa. Quem compartilha das mesmas intenções, entre em contato e vamos nos unir. Porque do jeito que está, mesmo com união, não vai ser fácil.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 29.03.2014
Corrigido por Josiane Brustolin
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

7 comentários:

  1. Oi Zucco! Tudo bem?
    Li teu artigo sobre aquilo que tu consideras valores errados e fiquei feliz de ver um posicionamento contra uma contravenção no Brasil que é o uso da maconha. Fiquei feliz de ver que a indignação está contra aqueles que se aproveitam que as áreas dos campi federais (que são áreas onde não é autorizada a ação das polícias estaduais por isso) para o consumo desse entorpecente e outros.
    Só resolvi escrever por causa da frase: “Então o estudante não tem dinheiro para pagar uma faculdade particular, mas consegue financiar o crime mediante consumo de drogas?” – no teu ponto de vista, somente os estudantes pobres que estão consumindo drogas nos campi? Sinto ter que te dizer que essa não é a realidade. Os maiores – veja bem, os maiores - consumidores de drogas nas universidades públicas são os alunos provenientes das classes sociais A e B que têm maior poder aquisitivo. Os alunos que ingressaram nas universidades federais e que não tem condições de pagar por seus estudos estão estudando. Estão realizando sua formação encima das condições precárias oferecidas por essas universidades e pela falta de recursos para adquirir materiais em falta como, por exemplo, livros.
    Outra frase que me fez escrever foi: “O povo de tanto receber tudo do governo, agora além de não trabalhar também não quer mais seguir regra alguma, entendeu que virou tudo uma festa da uva, mas daquelas sem qualquer organização.” – essa foi uma citação carregada de um preconceito muito grande, classificando que a maioria da população está recebendo benefícios governamentais. Isso, provavelmente motivado pelo preconceito gerado contra o programa “Bolsa Família” que já tirou, desde 2002, 36 milhões de brasileiros da pobreza extrema proporcionando condições para que as pessoas possam estudar com segurança alimentar.
    Além disso, a população que protesta contra a polícia nas vilas das cidades é contra a violência praticada contra as pessoas de bem, pelas balas perdidas, pelos “Amarildos”, pela revista humilhante ao entrar e sair de sua rua ou bairro. Enquanto isso, nos bairros de classe média onde se encontram os maiores consumidores de drogas e afins a polícia não pratica o conhecido “esculacho”. Enquanto se protegem os filhinhos de papais de “boas” famílias que estupram recebem condenações diferenciadas daqueles que não tem poder aquisitivo (Olha esse exemplo: http://ujcportoalegre.blogspot.com.br/2012/01/filho-estuprador-de-dono-do-rbs-e.html).
    Enfim, pra finalizar, valores morais são princípios que divergem de grupo social para grupo social. Pensar que os valores morais que contemplem o imaginário da família do “comercial de margarina” reforça um estereótipo que exclui muito mais do que inclui pessoas neste país. Sugiro que você reúna pessoas para protestar e discutir meios de garantir boa educação, uma educação inclusiva, humanitária, solidária, heterogênea, libertária (afinal, o desenvolvimento livre do pensamento é necessário) e de qualidade para TODOS de forma gratuita. Isso é mais importante do que o resgate de valores que só podem ser construídos e perpetuados se houver condições para que todos possam pratica-la.

    ResponderExcluir
  2. Eu não disse que somente estudantes pobres são usuários. Fui irônico. Quis dizer, pra pagar a facul particular não tem dinheiro mas para consumir drogas tem?!
    E as faculdades estão em condições precárias bem como mencionaste justamente por causa de planos assistencialistas, afinal de contas o governo financia bolsas mas não investe em educação, que é independente do que digam, o mais importante.
    "“Bolsa Família” que já tirou, desde 2002, 36 milhões de brasileiros da pobreza extrema proporcionando condições para que as pessoas possam estudar com segurança alimentar." Julio, trabalhamos juntos com estatística e sabemos que isso são dados utilizados para manipular a massa e a opinião pública e que se fossemos analisar mais a fundo perceberiamos que não é bem assim, pois és inteligente o suficiente para saber que não é bem assim.
    Condições para que as pessoas possam estudar? Uma óva!!! Tão é dando comida e impedindo, segundo eles, que morram de fome (mesmo que ninguem perceba que essas pobre coitadas pessoas não morriam antes do milagroso e bondoso governo assistencialista chegar e dar tudo pra esse bando de vadio). E cadê as condições na sala de aula? cadê os incentivos aos professores? onde estão as condições de infra para que as pessoas possam estudar?
    A população, ao contrário do que tu ta falando, linchou dois policiais que pegaram um cara roubando, daí o cara saiu correndo, tentou fugir, eles pegaram o cara, deu merda e mataram o cara, e a população linchou. Não lembro o que ocorreu mas acho que o guri se matou de moto fugindo e lincharam os policiais.
    E tirar o foco de uma coisa errada para outra mais errada, não torna a primeira coisa menos errada. Claro que estupro é radicalmente condenável, claro que esse imbecil filho de gente grande merecia sim ser punido, mas isso não está em questão no assunto abordado. Políticos e humanistas fazem isso que estás fazendo o tempo todo e tiram o foco sempre que alguém levanta uma bandeira, tirando o foco e desqualificando, e daí o brasil vai afundando e cada vez ficando pior. Ainda se vocês entendessem a pesada parcela de culpa que possuem, quem sabe tivessem a hombridade de tentar ajustar.
    Estou fazendo algo pela educação bem como mencionaste aqui em Santo Ângelo, aos poucos e do meu jeito, um que não envolva partidos.
    Me conheces e bem sabes que não sou de esperar as coisas acontecerem nem de me aquietar ou acadelar. Sempre vou atras do que acredito.
    Obrigado por manifestar tua opinião! Tenha certeza que mesmo respondendo, refletirei e que se mudar de opinião a posteriori, retornarei e postarei um novo comentário.

    ResponderExcluir
  3. Oi Zucco!
    Olha, realmente creio nessas estatísticas porque vejo cotidianamente pessoas tendo poder econômico para comprar as coisas que desejam e empreender (quando possuem capacidade para tal). Penso que existem exageros, mas também ouço relatos de quem trabalha com as pessoas mais necessitadas – como colegas que trabalham no programa “Jovem Aprendiz” – que testemunham a luta que os jovens têm para estudar nas periferias e o quanto o programa “Bolsa Família” auxilia, principalmente às mães, a proporcionar condições para que esses jovens tenham boas oportunidades de vida através do ensino.
    A história dos dois policiais linchados é (como sempre o é) parte de uma história. Não tenho dúvidas que se formos nos aprofundar em uma história dessas descobriremos que ela não é exatamente como foi relatada. Se formos ver estatísticas – se é que elas existem – encontraremos mais casos de violência policial (o tal “esculacho”) do que da população indo contra a força policial. Forças essas que; se aprofundarmos em algumas leituras, como em Focault, veremos que estão mais do que para garantirem ordem, estão garantindo aos estados a opressão e manutenção de poder (mas isso é outra discussão).
    Também não é excludente o caso de impunidade com os “filhos de gente grande” e a revolta da população com as forças policiais e da justiça. É justamente por essa diferença de pesos e medidas que a população se revolta. Aquele que é preto e pobre é taxado de bandido, vagabundo e todo o tipo de preconceito e, se por alguma desgraça, o sujeito comete algum delito – como o de ser pego com um baseado – ele sofre o “esculacho” enquanto o branco (não precisa ser rico) é tratado de maneira mais branda, diferenciada. Isso não te parece revoltante em um país composto em sua maioria de afrodescendentes?
    Aí eu te questiono: Como inserir valores quando o estado funciona através da plutocracia em geral? Como determinar quais são esses valores, se quem é maioria não possui voz? O que eu enxergo nesse governo, com todos os seus defeitos, é que ele vem quebrando essa lógica e os argumentos contra dos conservadores só comprovam que existe um medo latente de não terem mais a quem explorar.

    ResponderExcluir
  4. E reforço essa ideia encima de uma conversa que tivemos sobre a falta de pessoas para exercerem subempregos? Pois então, não me manifestei daquela vez, mas isso me parece uma coisa boa. Não é porque o governo dá até R$ 300,00 (ou um pouco mais – realmente não sei quanto é) que essas pessoas deixaram de trabalhar em tais empregos, mas porque tem agora a oportunidade de realizarem atividades menos degradantes socialmente. Chamam-se as pessoas beneficiadas pela “Bolsa Família” de vagabundas, mas ninguém apresenta um caso onde a pessoa tenha “deitada nas cordas” por receber esse dinheiro.
    Veja a briga que foi garantir às empregadas domésticas os mesmos direitos de qualquer trabalhador! Um absurdo! Porque essas pessoas trabalham tanto quanto as outras, mas quem paga chia porque se sente prejudicada por ter que pagar direitos empregatícios aos seus empregados. Se parar pra pensar, isso faz parte de uma cultura colonial oligárquica semelhante ao que é descrito por Gilberto Freire no livro “Casa Grande e Senzala”. Não se enxerga que as trabalhadoras domésticas ou prostitutas como trabalhadoras, mas como pessoas que exercem subempregos e não merecem igualdade de direitos com outros trabalhadores porque exercem uma atividade considerada degradante. Só te peço para pensar nisso!
    Pra finalizar, penso que existe muito discurso vazio por aí! Penso que tu caíste nisso e não é difícil de ver isso acontecer. Já que falastes em manipulação, deves ter cuidado em perceber que sempre existiram casos de linchamento, o que acontece é que estamos em ano eleitoral e – é bom pensar nos motivos disso – as grandes organizações de mídia estão noticiando e destacando esses casos. Também estão prognosticando erroneamente quadros catastróficos para a sociedade e a economia e, no entanto, as empresas têm prosperado (veja teu próprio exemplo) e as condições sociais da população vêm melhorando. A que ou a quem serve criar um quadro desestabilizador da atual condição do Brasil?

    ResponderExcluir
  5. A filha da faixineira da minha sogra nao quer mais estudar. "Eu nao preciso, tenho bolsa familia!" Ela disse. E os parentes homens hoje nao trabalham, antes eram auxiliar de pedreiro.
    Queria exemplos, ei-los! Isso de gente proxima, bem proxima. Imagin os q nao sabemos. Agora no ramo imobiliario percebo a extrema falta de mao de obra. E eles nao estao trabalhando nao, e sabemos disso. Interior sabe-se smpre. Hoje estao bebendo e coçando.

    ResponderExcluir
  6. Essa filha da faxineira deve receber o dinheiro porque tem filhos que estudam. Esses homens que não trabalham também. Para que eles garantam o seu sustento, portanto, seus filhos deverão estudar. Isso é investimento ou não?

    ResponderExcluir
  7. http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/01/flagrantes-mostram-trafico-de-drogas-na-esplanada-dos-ministerios-no-df.html

    Todos os dias passo por este local e a situação é a mesma. Não há vontade dos poderes constituídos em erradicar o problema. Em tempo: a maioria dos consumidores são jovens de classe média-alta.

    ResponderExcluir