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terça-feira, 24 de março de 2015

Consequências



As pessoas que nasceram de 1995 para cá são classificadas como geração Z. Seriam os naturais sucessores da geração Y.
Em outra oportunidade falei sobre o desapego dessas novas gerações e o que isso implica no mercado de trabalho de uma maneira geral.
Ocorre que uma importante análise precisa ser efetuada na atual conjectura política do Brasil. Essa tal geração Y só conheceu o governo petista administrando a nação.
Embora isso pareça algo natural e simples, na verdade é bem drástico e profundo e reflete muitas coisas quanto à atual realidade brasileira.
Pense comigo: Essa geração apenas conheceu o assistencialismo, um governo paternalista que subsidia tudo para a classe “menos favorecida”, consequentemente, cresceu aprendendo que pobre não trabalha, ganha do governo.
Aprendeu também que quem se mata trabalhando é a classe média, que custeia o país e financia a grande massa que languidamente fica em casa quando poderia estar produzindo.
Na prática essa matemática fica difícil de fechar, pois a classe média por si só não consegue custear por tanto tempo tanta gente. As consequências?
Como essas pessoas dos “subempregos” não estão mais disponíveis para o trabalho - pois em muitas famílias quando um integrante recebe um salário mínimo os outros cinco se encostam e todos ficam em casa – houve um aumento na procura por mão de obra. Havendo o aumento, a tradicional lei da oferta e da procura valoriza “o passe” dessa gente, o que reflete necessariamente em um acréscimo nos valores de mercado, e consequentemente inflação (análise rasa, eu sei).
Funciona assim: se o empregador paga mais caro pela mão de obra para produzir a mesma coisa, ele repassa esse custo ao produto final, ou seja, aumenta o salário mas aumenta também os valores.
Voltando ao assunto principal, excesso de vagas fez a nova geração não precisar se qualificar. Temos uma grande leva de gente despreparada e absolutamente incompetente para quase tudo, sobretudo gestão de pessoas. São seres que não aprenderam a relacionarem-se pessoalmente, apenas virtualmente.
E não é só isso. Quando algum empresário oferece uma colocação, depois de tudo, ainda é chamado de explorador, opressor. Ser maléfico e satânico que só pensa em seu próprio benefício e quer que o funcionário morra seco de fome, sede e cansaço de tanto trabalhar, quando na verdade ele está proporcionando uma oportunidade de trabalho, dessa pessoa produzir e colaborar positivamente com a economia e não apenas ser um parasita social.
Cria uma chance para que a pessoa se qualifique – nem que seja na prática – e adquira experiência. Proporcionando que a pessoa entenda que dinheiro não cai sempre do céu do governo, e que é necessário suar pala conquista-lo. Que não se ganha dinheiro, faz-se dinheiro.
Aliás, aqui fica muito claro o choque de culturas. Quando alguém está empregado no Brasil, perguntam quanto ela está GANHANDO. Quando alguém está empregado nos EUA, perguntam quanto ela está fazendo de dinheiro. É o “making money” versus o “ganhando dinheiro”.
Enquanto isso, o governo segue explorando a classe média, subsidiando a classe baixa, e protegendo e jorrando dinheiro para a intocável classe alta.
Continuo e cada vez mais com vergonha de ser brasileiro.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 31.01.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

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