Pesquisar este blog

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Família são coisas privadas



Vejo muita gente trazer a família ao assunto do trabalho e querendo misturar as coisas como forma de justificar o não fazimento de algo ou uma entrega ineficiente.
Pessoas que não se qualificam, não estudam, não se dedicam, não fazem o algo mais com a desculpa de que a família é o mais importante e que isso não é negociável.
O que elas não entendem é que a família nunca competiu com o trabalho, bem como o inverso também é verdadeiro.
Trazer o assunto família ao trabalho é tão ultrajante quanto falar sobre intimidades sexuais de seu matrimônio. Simplesmente não tem razão ou sentido algum.
A família está em uma esfera, e o trabalho em outra. E elas só se fundem no espaço do indivíduo que é membro de ambas.
É habitual ouvirmos comentar que a família é mais importante, por isso não me dedico como poderia ao trabalho.
Quem faz isso normalmente dá atenção para família no trabalho mas não o inverso. E com isso sua competência e eficiência profissional acabam sendo comprometidas.
Ter família é lindo, mágico, maravilhoso e incomparável. Precisa ser tratado com o devido respeito e zelo. O que não pode ocorrer é tratar de sua profissão como algo que não é importante.
O fato de em minha cabeça a família estar em primeiro lugar não me dá o direito de enquanto estou no trabalho colocá-lo em segundo plano.
A família é uma coisa. É privada. É particular e está fora da empresa.
O trabalho é outra. É o sustento. É profissional.
Colocar a família em uma negociação profissional como limitador de oportunidade ou de qualificação é imaturidade.
Conheço pessoas que recusaram fantásticas oportunidades de colocação profissional pois iam ficar longe da mãe, ou porque o pai estava já em idade avançada, ou mesmo porque seu filho estava na escola e trocar no meio do ano não é legal.
O mundo não é assim. Talvez fosse no passado, mas hoje quem não se adapta, atrofia e castra.
Se uma mãe declina propostas pois o filho não gosta dos EUA, ela está, invariavelmente, misturando as coisas e se atrofiando profissionalmente.
Você pode alegar que ela pode conseguir algo tão bom quanto em outro lugar sem abrir mão da família.
Como supracitado, não é uma competição. O fato é que mais uma oportunidade foi perdida e quando isto ocorre o profissional mais uma vez foi amputado.
Passamos a maior parte de nossas vidas no trabalho. A segunda maior parte, dormindo. E a terceira dividimos entre todo o resto, incluindo família.
Pode sim ser conciliado. Aliás, deve ser conciliado. Sob pena de frustração profissional. Imaginou passar a maior parte do tempo de sua vida frustrado?
Levar esses valores privados de família para os negócios só é bom em um ou outro aspecto. Na maior parte do tempo devemos saber separar.
Se enquanto trabalho estou pensando que aquilo não é tão importante quanto algo, invariavelmente meu cérebro entende que pode ser relapso.
A grande questão é que quem quer ser um grande e bom profissional. Realmente qualificado e competente. Não usa a família como desculpa para procrastinação.
Simplesmente encontra uma maneira de fazer acontecer.
Veja os maiores profissionais do mundo. Possuem família. Convivem tanto com seus filhos que conseguem multiplicar seus valores.
Não competem com a família e entendem que não há como crescer e sair da linha da mediocridade pensando coitadistamente.
Deixo aqui uma reflexão a todos que querem ser ricos, viver bem, morar bem, viajar o mundo e proporcionar muitas coisas para família: Se quer o mundo e pretende ter o que muitos não tem, é necessário fazer o que os outros não fazem. E isso é saber separar o pessoal do profissional. É saber correr atrás do que realmente importa para quem quer sucesso.

Se o objetivo é o sucesso, pare de usar a família como bengala ou desculpa. Tenha a hombridade de fazer o seu melhor independente de mimimis.


Publicado em: A Tribuna Regional no dia 03.09.2016
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário