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terça-feira, 16 de junho de 2015

Milicos



Lembro-me bem até hoje de quando tive que me apresentar ao exército para o serviço militar obrigatório. Estava apavorado. Queria estudar para o vestibular. Queria faculdade. Queria ganhar o mundo e queria fazer isso ao meu modo e com meus pés.
Não queria continuar seguindo a logística militar que sempre tivemos em casa por ter um “milico” da reserva conduzindo firmemente as regras domésticas.
Meu pai não intercedeu para que eu ficasse, mas também não fez o menor esforço para eu sair. Fiquei até o último dia de seleção e, por uma boa vontade de algum mais graduado, acabei “escapando” já na prorrogação do segundo tempo.
Pois hoje vejo uma juventude sem parâmetros. Vejo pais que não educam. Vejo famílias repassando o dever de educar dos pais, os limites à polícia, e as consequências à falha e morosa justiça.
A consequência disso é uma geração irresponsável, que acredita ter o rei na barriga. Os jovens não tem limites.
Não recebem educação. E como Einsten disse: “Educação é tudo aquilo que sobra quando você esquece o que aprendeu na escola”. Então, são mal educados de muitas formas, não só com a sociedade, mas consigo mesmos, com meio ambiente e o resto todo.
Não querem saber de nada com nada. Vivem a geração da impunidade e aprendem isso desde muito cedo pois hoje em dia os papais e as mamães não batem porque pode traumatizar o coitadinho do filhinho. Depois, veem os coleguinhas fazerem o que querem em sala de aula e na rua e também nada acontece. Quando adolescentes, veem os políticos, ladrões e os profissionais fazer o que querem com tudo e nada lhes acontecer. Com todos esses exemplos, tem certeza do direito que lhes cabe de fazer o que lhes bem entender sem que o que quer que seja aconteça.
A polícia precisa acabar prendendo esses desajustados, mas nada acontece ainda assim, pois são soltos logo em seguida e os policiais ainda recebem uma advertência.
E lhes pergunto agora, sabe porque isso tudo acontece hoje? Sabe como tudo poderia ser evitado?
Serviço militar obrigatório PARA TODOS!
E digo mais, isso deveria ser expandido também para as mulheres que tanto querem direitos iguais. E não paro por aqui. Defendo que as coisas possam ser como eram 15 e 20 anos atrás. Quando direitos humanos e o capeta não se metiam nem se envolviam com o regulamento interno militar. Quando os oficiais e sargentos eram soberanos sem precisar se preocupar com gente que não tem nada útil para fazer e resolve tentar estragar uma das poucas coisas boas remanescentes de nossa pátria.
No quartel aprende-se limites. Eles entendem na marra o que é hierarquia. Que respeito não é só bom, é obrigatório!
Aprendem a ser organizados. Aprendem o que é dever. Aprendem a ser gente. Entendem que o universo não gira em torno de seus umbigos e que independente do que queiram ou de quanto dinheiro tenham, precisam seguir regras e que elas são para todos.
Que as ordens tem um propósito e que, concorde ou não, elas serão cumpridas.
Saudades do tempo em que merthiolate doía, ao menos tínhamos pessoas mais resistentes às pequenas dorzinhas da vida e não reclamando de qualquer olhar atravessado.
Hoje a sociedade cria margarinas, quando na verdade precisamos de osso com tutano.
Parabéns a todos que serviram ou que aprenderam com seus pais sobre os valores corretos de um serviço militar e tudo que isso representa. Vocês certamente refletem positivamente em nossa nação.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 16.05.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

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