Assistindo ao jornal da manhã, que como todos os demais reserva boa parte de seu tempo para falar de sensacionalismo, fui acometido por um recorrente sentimento de revolta contra a torta justiça brasileira.
É sabido por toda a nação que não temos mais espaço em presídios e/ou cadeias para tanto bandido. Também é de conhecimento comum que essa marginalia toda quando é pega, nunca aprende ou se redime. Quase na totalidade dos casos voltam a reincidir com crimes piores, aprendidos na escola da prisão. E com os melhores e mais graduados professores.
Muitos sequer dão-se ao trabalho de esconder ou omitir que quando forem soltos, tornarão a matar. E a justiça? E a polícia?
Sei que a maioria dos policiais é honesta, está na profissão por acreditar que pode proteger o povo e limpar as ruas dessa corja. Mas sei também que eles sentem-se cada vez mais de mãos atadas.
Eles sabem que os meliantes serão libertos em pouco tempo, e que podem acabar sofrendo rechaças, inclusive familiares.
Todos temos consciência, lá no fundo, que essas pessoas não tem correção e que independente da quantidade de oportunidade que for oferecida, valores e caráter não se mudam.
A sociedade, formada também por policiais tanto da ativa quanto da reserva, entendendo essa triste realidade e inconformada com a falta de justiça e com a impunidade, resolveu agir por conta própria.

Então eu pergunto: Por que não deixaram esse pessoal continuar a limpeza? Esse bando de assassino e estuprador continuará parasitando a sociedade e eles estão fazendo nada mais do que uma higiene social a qual a polícia não pode.
Isso significa que eles estão fazendo um trabalho comunitário na verdade.
Ironias à parte, o que revolta a nós, cidadãos, é que para pender esses caras há lugar na cadeia, há contingente policial federal e a justiça funciona. E para proteção do cidadão que é assaltado, violentado e humilhado nunca há contingente suficiente. Para prender políticos corruptos não há polícia federal nem nada.
Então quando uma parcela da população resolve fazer justiça/vingança com as próprias mãos, considero completamente compreensível.
E digo mais, essas pessoas que estão tentando fazer o papel de batmans modernos – texto que diga-se de passagem também já escrevi – não estão erradas sob sua perspectiva. Mesmo que a vida seja o bem maior defendido constitucionalmente, a coletividade e o bem comum se sobrepõe.

Mesmo que seja completamente ilegal esse tipo de milícia, eu gostaria que grupos assim existissem onde moro.
Em tempo. Entendo que o dever de punição justamente foi transferida ao estado para que não houvessem mais vinganças pessoais, eis que estas são infinitas. Entendo também que a lei de talião não cabe mais na sociedade atual e que a lei e a justiça estão aí para isso. Sei que com cidadãos mantando outros cidadãos, ainda que estes últimos sejam meliantes, temos a equiparação dos dois grupos: matam por motivação diversa, mas tiram a vida de outrem sem que lhe seja dado este direito e que bem nenhum se sobrepõe à vida. Ocorre que na pratica a teoria não funciona e o povo está buscando alternativas.
Publicado em: A Tribuna Regional no dia 04.07.2015
@rjzucco
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