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quinta-feira, 16 de julho de 2015

Privatização



Há duas linhas de posicionamento quanto à privatização e, via de regra, ninguém opta pelo caminho do meio. Ou se é a favor ou se é contra e fim de papo.
Na maioria dos lugares do mundo atualmente há uma coabitação entre setor privado e estatal. O que se discute é o tamanho e o papel de cada um.
Pois bem, os que são contra a privatização defendem que ficamos dependentes de tecnologia e da economia de outros países pois todo o lucro vai para os donos das empresas. Que precisamos manter a soberania nacional não colocando na mão de empresas estrangeiras partes estratégicas para o desenvolvimento nacional; que seria um roubo à nação que pagou impostos para que fosse instituída determinada empresa pública e isso seria “dado” a empresários; que geraria desemprego em massa; que constitucionalmente o governo precisa prover sem custo determinados serviços e, se for privatizado, isso será cobrado. E por aí vai...
Na verdade a grande questão não é sobre privatizar ou não, embora eu já deixe bem claro que sou um acalorado defensor desta, e sim sobre gestão e gerência. Tem a ver com interesse público.
Eu, enquanto cidadão pagante de impostos, gostaria de ter a contrapartida de tudo que pago, como saúde de fundamento, educação de qualidade, estradas descentes para se trafegar, professores com salários honestos, etc.
Na verdade, as pequenas partes de asfalto que prestam são as de concessionários de pedágio. Quando a iniciativa privada colocou a mão, o trecho foi duplicado e qualidade foi incrementada sensivelmente. Antes de privatizarem a telefonia, um telefone custava um absurdo e ficávamos dois anos na fila para conseguir uma linha. Hoje temos livre concorrência, habilitamos novas linhas na hora e ainda ganhamos aparelhos grátis.
Tudo que está na iniciativa privada funciona. Nada do que está na mão do governo vai bem. A última instituição que era o último exemplo de quem defende estatização caiu, que é a Petrobras. Tanto que os próprios funcionários e auditores reconhecem que para ajustar, só privatizando.
Hoje as empresas públicas são cabides de empregos. Um monte de gente encostada, languida, fazendo serviço porco e preguiçosamente. Na iniciativa privada ou se produz ou está na rua.
Pegue o exemplo de hospitais. Os particulares estão crescendo cada vez mais, enquanto os públicos estão cada dia mais sucateados. Os médicos não querem trabalhar em SUS, ou o que seja, devido à falta de condições.
Escolas e universidades particulares crescem a uma velocidade espantosa enquanto as públicas mal tem bibliotecas decentes. Nem mesmo estrutura física básica eles possuem. Salas com goteiras, classes caindo aos pedaços.
Se não sabe gerir o negócio, pare de possibilitar que corruptos coloquem a mão e deixe quem sabe administrar fazê-lo. Antes ter a maior parte do lucro indo para outro país e ter um serviço de qualidade do que botar privada abaixo todo o dinheiro de impostos direto na conta de políticos corruptos.
Ainda que o lucro vá para fora, uma gigantesca parte de dinheiro fica aqui pois toneladas de impostos seriam pagas. Outra, além de não termos que pagar os salários de uma tropa de gente, isso seria custeado pela respectiva iniciativa privada.
E quanto a quem não tem condições de pagar? Pois bem, esses teriam livre acesso mediante comprovação de falta de condições.
Obviamente que tudo que fosse privatizado seria abatido de nossos impostos, senão não haveria sentido algum.
Chega de sustentar ladrões, corruptos e preguiçosos. Chega de ficar parado no tempo. Chega de aceitar quieto péssimo atendimento e serviços. Privatizemos!

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 27.06.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

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