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terça-feira, 6 de junho de 2017

O que me preocupa na corrupção

O que me preocupa na corrupção é que ela é endêmica. E que, mesmo que digam que o exemplo arrasta, não basta fazermos nossa parte quietos em nosso canto.
É necessário cobrarmos das pessoas que façam a parte delas e chamá-las na responsabilidade de fazer a coisa certa.
E quando eu falo em corrupção não me refiro ao erro de avaliação ou a atitudes infelizes. Me refiro ao que intencional e deliberadamente é feito para não ser pego.
Me refiro a mentira na pergunta direta. Ao troco não devolvido. Ao jeitinho na vaga pormenorizado o contexto...
Quando perguntamos a uma criança que fez arte, se ela fez, ela nega.
Nega porque tem medo da punição, do castigo, da surra...
E quando crescemos e cometemos algum erro na relação? No trabalho? Com amigos? E quando nossa responsabilidade, nossos princípios e valores são colocados à prova?
Quando nos colocam na parede e perguntam a verdade, olhando em nossos olhos, e mentimos, sou eu, enquanto cidadão, endossando a má conduta dos políticos em Brasília que me representam.
Sou eu sem valores ou caráter. Me corrompendo apenas para não ver a cara feia de alguém, ou porque me importo muito ou porque não me importo nada.
Toda vez que faço algo errado vai mais um voto para nossos representantes que, por serem sem valores e caráter como nós, nos representam e nunca fazem o que é necessário para a população.
Quando você ver alguém jogando o lixo na rua, não basta ir lá e juntar. Junte e repreenda quem fez.
O Brasil não vai para frente porque a base que sustenta essa corja toda somos nós. Eles são nossos representantes.
Como Sergio Moro diz, é tudo uma questão de oportunidade.
Mas o que me incomoda de verdade não é tanto o resultado desses pequenos deslizes quando acontece com pessoas próximas a mim.
Porque isso é pouca coisa, insignificante frente a correria do dia a dia, sobretudo quando não pessoalizamos.
Me preocupa quando invocam nossos valores e prevaricamos.
Confiar em quem mente por bobagem é o mesmo esforço de confiar em quem mente com coisas sérias, e não acontece.
E para confiarmos, precisamos de pessoas com valores alinhados aos nossos. Próximas, pois a coerção social não é fraca e só quem tem bases muito fortes resiste.
No país do jeitinho, a tentação de obter alguma vantagem da forma que for é enorme.
Veja o exemplo de Espirito Santo. Os marginais resolveram saquear as lojas e a população o que fez? Entrou na onda e saqueou também.
É pior do que dizia Luther King, os bons não se calaram, se converteram em maus.
O mau exemplo dos bandidos, dos corruptos, dos malandros e das pessoas que sempre dão um jeitinho estão sendo mais seguidos do que os bons exemplos de quem faz a coisa certa.
A cada dia que passa o fardo dos corretos aumenta e isso incentiva a todos a fazerem o errado.
Sejamos o exemplo nessa sociedade corrupta e façamos a diferença!

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 18.02.2017
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

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