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quinta-feira, 26 de março de 2015

Geração Z





Processo seletivo, recrutamento e seleção são atividades cada dia mais difíceis para o empresário moderno. Quem não é do ramo não entende os reflexos de uma política de administração pública há mais de 12 anos em uma geração inteira.
Contratar uma pessoa na faixa dos 20 anos hoje em dia é tarefa mais que difícil. Os perfis dos jovens foram moldados à nova realidade.
Eles cresceram aprendendo uma filosofia de vida e de governo absolutamente diferente da realidade mundial (ao menos a parte capitalista dela, que, diga-se de passagem, representa a avassaladora maioria do planeta).
As consequências disso são empregados que não permanecem em seus empregos por muito tempo pois entendem a grande oferta de trabalho e se acham bons demais para ficar em um lugar que não os promove no tempo deles e que na verdade nenhuma empresa é boa o suficiente para eles. De pessoas que cresceram aprendendo que o governo é assistencialista e subsidia tudo e todos, e que se eles ficarem desempregados, vão ganhar seguro desemprego. Que trabalhar é para classe média pois os ricos não precisam e os pobres ganham do governo. Que quem é pobre é coitado e oprimido e precisa receber auxilio para sobreviver. Que empregos simples como faxineira, jardineiro, pedreiro e afins não são dignos e não merecem ser executados (vide caso de mulher na matéria do jornal que falou que se não tivesse bolsa teria que trabalhar de faxineira, como se isso fosse humilhante).
A consequência é uma grande procura por profissionais não qualificados (vulgarmente chamados de subemprego) a um custo alto, e consequente efeito cascata com os qualificados recebendo bem mais. Isso necessariamente acaba gerando inflação, pois se eu pago mais salário, preciso faturar mais para poder honrar o compromisso e ainda auferir lucro (objetivo principal de qualquer negócio).
A falta de mão de obra nesses subempregos ocorre por que hoje há a cultura da preguiça. Famílias de cinco ou mais pessoas que sempre viveram com uma aposentadoria, hoje ganham, além dela, uma série de bolsas e benefícios. Isso os convenceu a não trabalhar, não produzir, e ficar em casa o tempo inteiro vadiando. Não acredita? Então dê uma passeada pelas vilas da cidade a qualquer hora dentro do período comercial e veja a quantidade de gente sentada nas sombras das casas e das árvores tomando mate.
E o pior nem é isso. Os empresários são vistos como vilões. Exploradores e opressores que escravizam e abusam dos empregados. Que não reconhecem e não valorizam seus esforços. Que querem cada vez mais que o pobre coitado produza mais, ganhando menos.
Na verdade o que acontece é que hoje a classe média custeia toda a massa que, além de não trabalhar, ainda abusa de recursos governamentais. Quem faz essa máquina girar é o empresário, afinal de contas eles que geram empregos e pagam os impostos. Aliás, impostos esses que normalmente são cobrados duas ou três vezes, com nomes diferentes e desculpas novas mas para o mesmo fim.
E ainda insistem em tentar crucificar a classe, distorcendo dados e manipulando informações e estatísticas.
É... Ser empresário no Brasil é tarefa de gente realmente diferente. Tem que ter muita coragem e uma boa dose de loucura.
Enquanto esse time faz o país desenvolver, outros tantos só sabem reclamar e falar mal. E alguns parasitam.
Difícil ter orgulho de ser brasileiro em um país assim. Tudo muito errado, valores muito distorcidos...


Publicado em: A Tribuna Regional no dia 14.02.2015
@rjzucco
rodrigo.zucco@terra.com.br

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